Portugal pode "liderar a transição digital" na inteligência artificial
Margarida Balseiro Lopes deixou vincada a vontade de Portugal estar na dianteira da transformação digital
José Fonseca Fernandes
Margarida Balseiro Lopes deixou vincada a vontade de Portugal estar na dianteira da transformação digital
José Fonseca Fernandes
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A ambição foi partilhada pela ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, numa conversa dedicada às grandes apostas do Estado e que marcou a quinta de cinco sessões do projeto “Impacto da Inteligência Artificial”, em que o Expresso é media partner da EY
As mudanças potenciadas pela inteligência artificial (IA) na administração pública e na relação com os cidadãos avançam a um ritmo cada vez mais acelerado, enquanto as diferentes entidades do Estado procuram a melhor forma de acompanhar o ritmo e aumentar as sinergias, para que Portugal possa ser líder na transição digital e na eficácia dos serviços em benefício da população.
A confiança temperada, com uma dose de cautela pelos desafios que subsistem, foi a nota dominante da quinta de cinco sessões do projeto “Impacto da Inteligência Artificial” (pode recordar todos os artigos sobre os anteriores debates no final do artigo), em que o Expresso é media partner da EY, e que para o evento de encerramento centrou atenção no tema ”As grandes apostas do Estado".
O debate foi moderado por Martim Silva, diretor-adjunto do Expresso, e contou com a presença de Miguel Amado, partner e líder da área do sector público da EY; Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude e Modernização; César Pestana, presidente da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública; Jorge da Ponte, vice-presidente do Instituto dos Registos e do Notariado; Lino Santos, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança; Maria Manuel Leitão Marques, professora catedrática da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigadora permanente do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; Miguel Agrochão, vogal no Instituto Nacional de Administração; Sérgio Carvalho, presidente do conselho diretivo do Instituto de Informática da Segurança Social; e Miguel Farinha, CEO da EY Portugal.
Conheça as principais conclusões.
Potencial para liderar
“Nós queremos estar no grupo de países que lideram esta transição digital”, afirma Margarida Balseiro Lopes.
Sem esquecer, segundo a ministra, que “tudo isto tem que servir sempre para simplificar e melhorar a vida das pessoas”.
“Há um caminho que já devíamos ter feito e que ainda não fizemos”, alerta.
Serviços mais rápidos
"É importante perceber não só que temos que investir, mas onde temos que investir", aponta Miguel Amado.
Garantir que os serviços possam ser mais rápidos e eficazes com o contributo da inteligência artificial é essencial, mas com a certeza que há acréscimo de qualidade na relação com a população e entre as diferentes entidades da administração pública.
“Muitas vezes a IA é vista como uma substituição de custos. Não vemos assim”, lembra César Pestana.
Projetos em curso
Várias iniciativas e projetos estão a decorrer para sensibilizar os trabalhadores do Estado e os serviços para a importância da inteligência artificial.
"Há aqui um processo de capacitação que mobiliza vários membros da administração pública e da academia", aponta Miguel Agrochão.
É o caso dos simuladores potenciados por IA “que permitem aos cidadãos conhecer os apoios" da Segurança Social "a que têm direito” de forma mais intuitiva e que foram agora lançados, diz Sérgio Carvalho.
Transparência
É preciso “eliminar esta ideia de neutralidade da tecnologia”, acredita Lino Santos.
Maria Manuel Leitão Marques realça a necessidade de termos “transparência algorítmica”, até porque não quer “inovação a qualquer custo”.
Sempre com o objetivo de “facilitar a interação com o Estado” e modernizar a relação “com as empresas”, sustenta Miguel Farinha.
Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa.