Jornalista
As energias renováveis e as novidades no sector estarão em debate no Portugal Renewable Energy Summit 2023, que se realiza nos próximos dias 29 e 30 de novembro, na Culturgest, em Lisboa. “Quanto mais energias renováveis tivermos, mais barata será a eletricidade para o consumo doméstico”, disse Pedro Amaral Jorge, presidente da Associação de Energias Renováveis (APREN). “A nossa proposta é atingirmos mais de 85% de energias limpas em 2030. Acho que é exequível.”
Comparando o mapa da Europa, apenas a Noruega (98,5%) e a Suécia (68,5%) apresentam melhores taxas de produção do que Portugal, que reflete uma taxa de 61% de produção de energias renováveis. É certo que ainda continuamos a depender muito dos combustíveis fósseis, mas Pedro Jorge Amaral não tem dúvidas de que consigamos atingir o compromisso da neutralidade carbónica em 2050, para assim fazer face às alterações climáticas.
“No mundo inteiro existem apenas 4 centrais de energia eólica offshore (no mar), em centrais fixas ou flutuantes. Uma delas situa-se no norte de Portugal”, afirma Giles Dickson
O sector vive essencialmente do investimento privado, com base em diretivas da Comissão Europeia. Perspetiva-se que até 2030 esse investimento direto nos centros eletroprodutores com base em Fontes de Energias Renováveis (FER) seja de aproximadamente 32 mil milhões de euros. A energia solar e a eólica são os principais focos de investimento. “Adicionalmente, antecipa-se que, até 2030, o investimento em baterias, bombagem e eletrolisadores ascenda a um valor acumulado de aproximadamente 3,7 mil milhões para alcançar as metas estabelecidas no PNEC2030 relativas à capacidade de armazenamento e eletrólise”, refere um estudo da APREN, de 2023.
Ainda há um longo caminho a percorrer, como nota Giles Dickson, CEO da Wind Europe, que representa mais de 400 empresas deste sector. A aposta, defende, “deve ser na energia eólica, que em Portugal tem um enorme potencial”. “No mundo inteiro existem apenas 4 centrais de energia eólica offshore (no mar), em centrais fixas ou flutuantes. Uma delas situa-se no norte de Portugal”
Outro dos participantes será Pedro Guedes de Campos, Director Business Development H2 and eSAF da Smartenergy, uma empresa sediada na Suíça, mas que investe também em Portugal, Espanha, Itália e Alemanha. A organização aposta no mercado do hidrogénio verde. “As renováveis, inicialmente, eram caras, mas quanto mais investirmos mais barato será a energia e melhores serão os resultados”, disse.
€32 mil milhões
Atualmente, Portugal tem como principais fontes de energias renováveis a eólica (28,8%), hídrica (14,2%), bioenergia (7,4%), solar (5,6%), geotérmica (0,38%), bombagem (5,0%), fuel e gasóleo (2,2%), gás natural (30,7%), cogeração e fóssil (5,8%). Em 2022, o total das energias renováveis representava 56,3%.
Portugal Renewable Energy Summit 2023
O que é?
É a principal conferência dedicada ao sector renovável em Portugal, com uma história de mais de dez anos. É neste evento que as principais entidades públicas, governamentais e privadas se juntam para debater as últimas novidades do sector, nomeadamente ao nível das políticas, da estratégia, da investigação e da regulação do sector.
Onde e quando?
Na Culturgest, em Lisboa, nos dias 28 e 29 de Novembro. O debate moderado pelo Expresso ocorre a partir das 17h00 de 30 de novembro.
Quem são os oradores?
Painel “Os grandes desafios europeus e nacionais para as renováveis”
Pode consultar o programa completo com todos os oradores AQUI.
Porque é que este evento é importante?
Numa altura em que as alterações climáticas são um desafio à escala mundial, é importante reunir todos os players e especialistas no que respeita às energias renováveis. A descarbonização da economia, o compromisso da neutralidade carbónica em 2050 torna este debate essencial, com os olhos postos no futuro.
Como posso ver?
Pode assistir ao debate “Os grandes desafios europeus e nacionais para as renováveis” na página de Facebook do Expresso.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
