Inteligência artificial provoca mudanças (e incertezas) no mundo do trabalho

Jornalista
A inteligência artificial (IA) e a sua inclusão em ferramentas cada vez mais sofisticadas de criação ou produção parecem configurar uma nova revolução económica a que todos ainda procuram responder da forma mais adequada. Se por um lado há quem acolha as inúmeras possibilidades em aberto, por outro há quem veja na IA um ataque ao mundo laboral e a empregos que podem deixar de ser relevantes, com impacto na subsistência de muitos trabalhadores. Papel relevante desempenham os legisladores para acompanhar o desenvolvimento rápido destas capacidades e garantir que o impacto no mundo do trabalho é positivo e não negativo.
“Todas as revoluções assustaram as indústrias incumbentes, assustaram o emprego assente em modelos de desenvolvimento que inevitavelmente dependiam da imobilização da ciência, de uma paragem do tempo da ciência e da inovação”, aponta o CEO da DST, José Teixeira, para quem é claro que “a internet da energia, a das comunicações e dos transportes, que constituem a internet das coisas vão sofrer uma profunda transformação, que não vai acabar com o trabalho”. Ou seja, “vão existir muitos novos empregos com o aumento da produtividade no trabalho” e “trabalhar-se-á menos horas” com “uma nova era de comunidades de partilha e de entreajuda”, acredita.
O responsável será um dos convidados da conferência “O Futuro: evolução das organizações na era da inteligência artificial” - inserida no ciclo de celebração dos 30 anos da Abreu Advogados com o Expresso como media partner - e reforça que “os grandes desafios são os da regulação” até porque “mercado libertário, da ética dos libertários, pode destruir o que tem como missão construir”.
"Portugal é, nesta matéria, uma partícula de energia apenas. A regulação deve ser global e não local. Portugal pode fazer a escolha de incluir modelos de educação para o ensino da curiosidade no espírito dos limites da tolerância e da liberdade", defende José Teixeira
Na opinião de Liliana Ferreira, professora na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e diretora executiva da Fraunhofer Portugal, “o potencial nos serviços e decisões cada vez mais baseados em evidência é entusiasmante”, mas só será cumprido em Portugal se houver “mais investimento na formação das pessoas. São necessárias estratégias de investimento em IA que valorizem as nossas variáveis diferenciadoras, as nossas capacidades únicas” sobretudo quando, enquanto país, “temos uma dimensão e recursos limitados”. Em resumo, "é preciso mobilizar, conectar linhas estratégicas e investimentos”.
€300
Tópicos para conhecer num debate que terá também a intervenção do especialista no impacto da tecnologia no mercado de trabalho e nas profissões, Daniel Susskind. Conheça todos os oradores e temas com a ficha do evento.
O Futuro: evolução das organizações na era da inteligência artificial
O que é
Colocar o futuro em prática: é com este objetivo que a Abreu Advogados vai realizar a conferência “O Futuro: evolução das organizações na era da inteligência artificial”, que tem o Expresso como media partner, para pensar o futuro das empresas e das novas gerações perante a nova realidade que as ferramentas de automação digital estão a abrir.
Quando, onde e a que horas?
Terça-feira, 28 de novembro, na Fundação de Serralves, no Porto, a partir das 15h30.
Quem são os oradores?
Porque é que este evento é importante?
Porque perante as mudanças que se adivinham com o desenvolvimento cada vez mais acelerado da IA, importa perceber as tendências e os desafios que se adivinham para as empresas e para o tecido industrial, como a digitalização, as novas profissões e o impacto nas gerações futuras e no trabalho.
Como posso ver?
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