A necessidade de um sistema fiscal próprio uniu todos os participantes da conferência que decorreu esta manhã no Funchal. “O continente é industrializado, nos Açores predomina o sector primário, na Madeira predominam os serviços. Como podemos ter a mesma política fiscal para três realidades tão distintas?” questionou Miguel de Sousa, CEO da Empresa de Cervejas da Madeira, o primeiro a intervir.
A ideia foi retomada por Rui Barreto, secretário regional da Economia, que juntou aos desafios a importância de cativar empresas estrangeiras, cativar grupos económicos mais fortes e empresas que trabalhem nas áreas de futuro, as tecnologias.
Com o turismo a bater todos os recordes na Madeira na pós-pandemia, a Região Autónoma procura um outro caminho para cativar investimento. É na área tecnológica que está um dos focos, com várias empresas a fixarem-se na ilha a trabalhar para todo o país e para o estrangeiro.
Luís Sousa, CEO da ACIN, uma dessas tecnológicas, enfatizou a existência de boas infraestruturas de comunicações da ilha, essenciais para o trabalho que desenvolvem, dizendo que não tem dificuldade em recrutar talentos para trabalhar na região. Considerou, no entanto, essencial melhorar a articulação entre a escola e o meio empresarial, para responder a necessidades de formação e assim fixar jovens da região e desenvolver os negócios.
Mais pessimista em relação à atual conjuntura, com a elevada fiscalidade e a subida das taxas de juro, que penalizam o poder de compra das famílias, Gonçalo Mendonça, CFO da Alberto Oculista, saudou a entrada de novas companhias aéreas na região e com elas uma nova dinâmica turística.
Principais conclusões
Fiscalidade
- É importante para a competitividade a Região Autónoma da Madeira ter um sistema fiscal específico, tendo em conta o peso do turismo e dos serviços na economia:
Turismo
- O turismo é o principal motor económico da região, a aposta deve passar pela sustentabilidade e pela qualificação do destino. No opôs-pandemia a procura mudou, juntando jovens na procura do território.
Mar
- O alargamento da plataforma continental é uma oportunidade única, importante e deve ser encarada com um ativo não só regional ou nacional, mas europeu.
Educação
- As escolas devem trabalhar em sintomia com as empresas, dando resposta às novas necessidades, nomeadamente às do sector tecnológico.
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