Menos custos, mais eficiência e melhores resultados nos indicadores de saúde. Estas são as três principais vantagens trazidas pelos diagnósticos in vitro (DIV) – testes de diagnóstico como os desenvolvidos para a covid-19, por exemplo -, que podem ajudar a evitar doenças agudas, como o enfarte do miocárdio, ou o agravamento de maleitas como o cancro. “Quanto mais rápido souber o diagnóstico através dos DIV, mais rápido posso intervir, mais rapidamente o efeito terapêutico funciona e, portanto, mais economia terei”, afirma Fernando de Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
De facto, de acordo com dados compilados pela Apifarma, em “cerca de 40% dos casos são recomendados testes laboratoriais para definir um diagnóstico ou fazer a gestão clínica de uma doença”. Porém, o peso dos resultados afeta até 70% das decisões médicas. Segundo um estudo da NOVA IMS com a Roche, de julho de 2021, os ganhos são evidentes em condições crónicas como o cancro do colo do útero.
“[Utilização dos DIV] tem vantagens claras sob o ponto de vista científico e sob o ponto de vista de melhoria de cuidados aos utentes”, afirma Fernando de Almeida
Em Portugal, que é reconhecido pelo desempenho positivo na prevenção do vírus do papiloma humano (HPV), a utilização de testes de pesquisa reduz o número de novos casos em 30% por ano. A diminuição da mortalidade por esta causa chega mesmo aos 70%. No que respeita aos custos para o sistema de saúde, estes meios de diagnóstico conseguem alcançar poupanças na ordem dos €18 milhões por ano.
Quando o tema são episódios fulminantes, como o enfarte agudo do miocárdio que afeta, todos os anos, mais de 10 mil portugueses, as vantagens são claras. Nos cuidados de saúde primários, a medição de NT-proBNP, utilizado para detetar e avaliar a insuficiência cardíaca, permite, segundo o estudo da NOVA IMS, reduzir “o número médio de consultas, exames e internamentos”. Os custos evitados pela antecipação do diagnóstico atingem €500 mil por ano.
Novos dados sobre ganhos em saúde
Os testes de diagnóstico têm “vantagens claras sob o ponto de vista científico e sob o ponto de vista de melhoria de cuidados de saúde aos utentes”, acrescenta Fernando de Almeida. O também especialista em saúde pública defende, por isso, ser necessário criar “uma autoridade para os DIV que permita não só regular, mas também melhorar o acesso” – por exemplo, nos cuidados de saúde primários. Este organismo deve funcionar à semelhança da autoridade do medicamento, de forma a garantir que existe “um acesso qualificado” a estes dispositivos.
“Diagnóstico in vitro: mais acesso, mais saúde” é o mote para a conferência que junta o Expresso, a NOVA IMS e a Roche na próxima terça-feira, dia 20, para debater a importância destas ferramentas clínicas e o seu impacto na sustentabilidade do sistema de saúde. Além da participação de representantes de doentes, especialistas em saúde e investigadores, o evento contará, ainda, com a apresentação de uma nova versão do estudo “Valor em Saúde: caso de estudo dos diagnósticos in vitro”, divulgado em 2021.
é a percentagem aproximada do impacto dos diagnósticos in vitro nos custos totais de saúde em Portugal, de acordo com dados da Apifarma
O que é?
Integrada no ciclo Repensar a Saúde, a conferência - resultado de uma parceria entre o Expresso, a NOVA IMS e a Roche - vai debruçar-se sobre os desafios no acesso equitativo à inovação dos testes de diagnóstico in vitro e discutir soluções a implementar. Promoção da saúde, do diagnóstico precoce e da qualidade de vida dos doentes serão temas centrais no debate.
Quando, onde e a que horas?
A conferência acontece na próxima terça-feira, 20, a partir das 11h, no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em Lisboa.
Quem são os oradores em destaque?
- Álvaro Beleza, presidente da SEDES;
- Jorge Seguro Sanches, vice-presidente da Comissão Parlamentar de Saúde;
- Carlos Catalão, Medical Marketing Manager da Roche Diagnósticos;
- Cristina Abreu dos Santos, vogal do Conselho Diretivo do INSA;
- Fernando de Almeida, presidente do INSA;
- Guilherme Victorino, professor auxiliar da NOVA IMS;
- Graça Freitas, Diretora-Geral da DGS;
- Joana Carvalho, vice-presidente da Administração Central da Saúde;
- Maria José Rebocho, membro do Conselho Técnico-Científico da Associação de Apoio a Doentes com Insuficiência Cardíaca.
Porque é que este evento é importante?
O envelhecimento da população, a par com o crescimento de doenças crónicas como as oncológicas, e o aumento de custos para o sistema de saúde, são temas que preocupam médicos, decisores políticos e, sobretudo, os doentes. Os últimos dois anos e meio de pandemia mostraram a importância dos testes de diagnóstico, mas trouxeram desafios adicionais para a saúde dos portugueses - há hoje mais mortes, doenças por diagnosticar e atrasos na prestação de cuidados. Por tudo isto, debater o papel dos diagnósticos in vitro na redução dos custos do sector e na melhoria dos indicadores de saúde é o objetivo desta conferência.
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