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Portugal tem muitos bons exemplos de transformação digital

Portugal tem muitos bons exemplos de transformação digital
D.R.

O País não fica atrás de outros mais desenvolvidos, mas ainda tem um longo caminho a percorrer para que todos os processos sejam digitais. Apoios financeiros, como PRR, terão papel fundamental para aumentar a competitividade. O tema da transição digital será o mote para a conferência, promovida pela Kyndryl e a que o Expresso se associou, que decorre no próximo dia 28 de abril, a partir das 10h00

Fátima Ferrão

A mudança na forma de trabalhar com a generalização do remoto durante a pandemia será, provavelmente, a face mais visível da transformação digital de que muito se tem falado ao longo dos últimos dois anos. Esta transformação foi, na opinião de José Manuel Paraíso, “feita com enorme sucesso porque de um momento para o outro passámos a trabalhar de uma forma diferente sem que tivesse havido nenhuma disrupção assinalável na economia”.

No entanto, e como alerta o presidente do conselho de administração da Kyndryl Portugal, empresa que se dedica à gestão, operação e modernização de infraestruturas críticas de tecnologias de informação, o tema mantém-se na ordem do dia porque as empresas, na sua maioria, ainda deram apenas alguns passos na sua transformação digital. “Há muito por fazer na transformação dos processos e sistemas legacy, o que constitui a única forma das organizações terem canais de distribuição digital ágeis para potenciar as vendas digitais, fazendo com que estas se tornem uma vantagem competitiva face aos concorrentes nacionais e, sobretudo, estrangeiros”. Esta é, na opinião de José Manuel Paraíso, a forma mais efetiva de chegar a mercados internacionais, competindo com as empresas do centro da Europa ou de qualquer outro ponto do globo. Ainda assim, o presidente da Kyndryl está otimista com o que as empresas portuguesas já começaram a fazer nestas áreas. “Temos muito bons exemplos o que é motivador”.

“A transformação digital é um potenciador na incorporação de processos mais complexos em áreas logísticas e produtivas, e um impulsionador de oportunidades que antes não existiam”, afirma João Luís Serrenho, administrador executivo da CIN

Mudança é transversal no público e no privado

Mais do que uma aposta na competitividade, na eSPap (Entidade de Serviços Partilhados para a Administração Pública), que presta serviços partilhados nas áreas financeira, recursos humanos, tecnologias de informação e compras públicas, o grande objetivo da digitalização passa por melhorar o serviço aos clientes, contribuindo para a melhoria do serviço que as entidades públicas prestam ao cidadão. “Já o fazemos essencialmente de forma digital, no entanto, estamos em processo de transformação digital a vários níveis, nomeadamente na melhoria de processos”, afirma Teresa Girbal. Para a vice-presidente da eSPap, a nova forma de trabalhar, adotada internamente ao longo dos últimos dois anos, “seria impensável antes da pandemia, em especial de forma tão generalizada”.

No sector privado, João Luís Serrenho, também olha para a transformação digital como um grande diferenciador e uma área onde a empresa que dirige continuará a investir. Para o administrador executivo das tintas CIN, a digitalização do negócio é, simultaneamente, um potenciador e um impulsionador. “Potenciador na incorporação de processos mais complexos em áreas logísticas e produtivas, ou fábricas inteligentes na lógica de Indústria 4.0, e impulsionador uma vez que abre oportunidades que antes não existiam”. Exemplo disso é o comércio eletrónico que a empresa continua a explorar.

No que se refere ao impulso que os apoios do PRR trarão às empresas e organismos públicos, José Manuel Paraíso defende que é fundamental que se esclareça a utilização dos fundos, com o objetivo de aumentar a competitividade das empresas suportadas por serviços públicos mais ágeis e simples. “Estes são passos essenciais para termos uma economia como um todo, mais preparada para o enquadramento global como o que vivemos hoje em dia”.

Já Teresa Girbal classifica o apoio do PRR como “uma oportunidade única que dificilmente se repetirá”. No organismo que representa existem já vários projetos apoiados pelo PRR, com vista a melhorar a gestão financeira do estado, a segurança da informação, a interoperabilidade, a disponibilização e acessibilidade da informação, modernização dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação que, acredita, farão a diferença no futuro.

José Manuel Paraíso, Teresa Girbal e João Luís Serrenho são os convidados do painel “Planear com estratégia, atuar com talento”, que integra a conferência “O seu plano de inovação é o seu destino”, promovida pela Kyndryl Portugal, a que o Expresso se associou. O evento decorre na próxima quinta-feira, dia 28 de abril, a partir das 10h, no Monsanto Secret Spot, com transmissão via streaming através deste link.

€2,4 mil milhões

é o valor total do pilar transição digital incluído no PRR para o financiamento de projetos empresariais e de organismos públicos

"Transformação Digital: O seu plano de inovação é o seu destino"

O que é?

A transformação digital é um tema que ganhou protagonismo com a pandemia, mas que vinha já a marcar presença nas agendas dos gestores. A aceleração provocada pelo crescimento exponencial do trabalho remoto é uma das faces mais visíveis desta transformação, mas não é suficiente para que as empresas sejam verdadeiramente digitais. Nesta conferência serão apontados os desafios numa época que se esperava de retoma económica, mas que está afinal a ser marcada por uma iminente crise financeira, agravada pela guerra. Serão ainda debatidas as soluções e os caminhos que as empresas devem seguir para garantir a sua competitividade num mercado global.

Quando, onde e a que horas?

Quinta-feira, dia 28 de abril, a partir das 10h00, no Monsanto Secret Spot, em Lisboa

Quem são os oradores?

  • Teresa Girbal, Vice-Presidente, eSPap, IP;
  • João Luís Serrenho, Administrador Executivo, CIN;
  • José Manuel Paraíso, Presidente do Conselho de Administração, Kyndryl Portugal.

Porque é que este tema é central?

Porque a transformação digital continua a ser uma prioridade que as empresas não podem perder de vista num mercado global e cada vez mais digital. Mais produtividade e competitividade permitirão às organizações atrair melhores talentos e disputar clientes internacionais a par com concorrentes internacionais.

Onde posso assistir?

Simples. Clique aqui.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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