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Guerra na Ucrânia

Alternativas a energia russa deixam Europa dependente de países "com histórico terrível de violação dos direitos humanos"

Alternativas a energia russa deixam Europa dependente de países "com histórico terrível de violação dos direitos humanos"
Thierry Monasse

Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Emirados Árabes Unidos, Angola, Iraque, Argélia, Azerbaijão, Qatar, Irão e Venezuela: esta é uma lista de possíveis fornecedores alternativos de petróleo e gás para a Europa, assim que o embargo à energia russa seja consumado. Os analistas acreditam que será um "inverno doloroso", que a substituição não será fácil e que estas alternativas refletem como a economia não consegue escapar à "maldição dos recursos" manchados de sangue

Paasha Mahdavi chama-lhe a "maldição dos recursos". Na sua obra "Power Grab: Political Survival Through Extractive Resource Nationalization", o professor de Ciência Política na Universidade da Califórnia explica como os "ditadores" controlam a produção de petróleo, metais e minérios para se manterem no poder.

A União Europeia resolveu virar as costas ao regime de Putin, que financia a guerra na Ucrânia com as gordas quantias do fornecimento de petróleo e gás natural. Mas reduzir as importações de gás russo em dois terços, para pôr fim à dependência até 2023, ou conseguir um embargo ao petróleo em seis meses, pode ter consequências além da elevação dos preços e da incerteza económica. A substituição de fornecedores não "lava as mãos" aos líderes políticos ocidentais. Na verdade, passando a dispersar as encomendas de gás natural e petróleo por países como a Arábia Saudita, o Kuwait, Omã, Emirados Árabes Unidos, Angola, Iraque, Argélia, Azerbaijão, Qatar, Irão e Venezuela, o Ocidente não passa a escudar-se de financiar governações avessas ao respeito dos direitos humanos.

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