
Em entrevista ao Expresso, o escritor questiona se "a democracia é diferente em papel e no ecrã". Mesmo em tempo de pandemia, Gonçalo M. Tavares é perentório: "a democracia exige o corpo no espaço público"
Em entrevista ao Expresso, o escritor questiona se "a democracia é diferente em papel e no ecrã". Mesmo em tempo de pandemia, Gonçalo M. Tavares é perentório: "a democracia exige o corpo no espaço público"
entrevista
Recorda-se da primeira memória que tem do Expresso?
A ideia do jornal sempre esteve ligada à minha infância. Havia um barulho de chaves que anunciava a chegada do jornal. Uma espécie de sino profano que anunciava esse prazer de abrir um jornal. São uma imagem e um som muito antigos que tenho na cabeça. E depois sempre teve a ver com o som da página.
Para si é em papel que faz mais sentido.
Claro que, quando as pessoas estiveram fechadas em casa, o ecrã pareceu uma espécie de salvador que conseguia ter lá dentro todas as exigências humanas. Mas assim que se começou a sair à rua senti essa ideia de voltar ao corpo. Sentimos que não é apenas um anexo dos olhos. O que o ecrã faz é colocar o corpo numa espécie de mochila com olhos. Quando compramos um jornal ou um livro, sentimos que há ali um peso na mão. E o peso é das sensações que nos coloca mais presentes no mundo. O ecrã é para mim sempre uma segunda escolha.
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