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Podias ou não podias? Quem lutou pelos nossos direitos?

Podias ou não podias? Quem lutou pelos nossos direitos?

Antes do 25 de Abril, nem toda a gente podia pagar um médico ou ir à escola, eram os maridos que abriam as cartas das mulheres, só havia um partido político e até a Coca-Cola era proibida! Não se podia publicar qualquer notícia neste jornal… Descobre todas as curiosidades e comenta em família!

Podias ou não podias? Quem lutou pelos nossos direitos?

Sara Rosa

Designer gráfica Expressinho

Podias ou não podias? Quem lutou pelos nossos direitos?

Joana Soares

Editora Expressinho

Vivemos há mais anos em democracia (51) do que em ditadura (48). Embora sejam duas palavras começadas pela mesma letra, não garantem os mesmos direitos. Descobre quem lutou por eles.

A escola era diferente

Sabias que os meninos e as meninas estudavam em turmas separadas? A escola só era obrigatória até ao 4.º ano e depois as crianças iam trabalhar. Figura de destaque: Veiga Simão, ministro da Educação Nacional, nos anos 60 e 70, fez uma reforma que alargou a educação.

Sonhar e adoecer era um luxo

Estima-se que 1/5 da população portuguesa nunca tenha ido à escola. Muitas pessoas não sabiam ler, nem escrever, nem contar. Não havia direito a férias pagas, nem Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Marco histórico: Com a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 1979, no Governo de Mário Soares, os cuidados de saúde começaram a ser para todos.

Castigos que não lembram a ninguém

As aulas começavam com o hino nacional e os professores podiam castigar as crianças com a palmatória ou no fundo da sala com “orelhas de burro” na cabeça.

Figura de destaque: Maria Veleda, pedagoga e educadora foi uma voz ativa contra os castigos físicos nas escolas durante o Estado Novo. Há uma escola com o seu nome em Loures.

A informação era controlada

Nada era publicado sem antes passar pelos olhos da censura, que alterava ou riscava a informação com um lápis azul. Não havia liberdade de imprensa, nem de expressão.

Sabias que… Francisco Pinto Balsemão, fundador do Expresso, foi e ainda é um símbolo da liberdade de imprensa em Portugal depois da Revolução dos Cravos?

Beijos em público e biquínis nem pensar!

As mulheres só podiam usar fato de banho e as medidas tinham de respeitar as regras do Ministério do Interior. Não se podia beijar em público e os homens que fossem apanhados tinham de pagar multas e ir à esquadra, onde lhes rapavam o cabelo.

Quando mudou? Com o 25 de Abril de 1974, estas e outras proibições deixaram de existir.

BD e Coca-Cola não!

Não podias ler banda desenhada vinda do estrangeiro, nem beber Coca-Cola. Salazar dizia que o açúcar podia viciar, mas não seriam as ideias do estrangeiro o seu verdadeiro medo?

Quando mudou? Em 1977 é vendida a primeira Coca-Cola em Portugal, produzida numa fábrica em Azeitão.

Só havia uma figura política

Hoje há dezenas de partidos políticos, mas durante a ditadura os partidos que se opusessem à União Nacional eram fortemente reprimidos pela PIDE e algumas pessoas nunca voltaram a casa. Votar não era para todos, muito menos para as mulheres.

Figura de destaque: Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911, por ser médica. Mas só em 1976 é que a Constituição consagrou o direito de todas as mulheres com mais de 18 anos a votar.

As mulheres não tinham voz

Só podiam viajar para fora do país ou trabalhar no comércio com autorização dos maridos, que liam a sua correspondência. E só as mulheres solteiras é que podiam ser telefonistas, enfermeiras ou hospedeiras.

Figuras de destaque: Maria Lamas e Isabel Aboim Inglez foram duas principais defensoras dos direitos das mulheres durante o Estado Novo.


Até 2026, decorrem as Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Conhece a história para compreenderes o presente e construíres o futuro, aqui!

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: expressinho@estrelaseouricos.pt

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