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Para onde vão as orcas?

Para onde vão as orcas?

Desde que o parque Marineland, em França, encerrou o futuro das orcas Wikie e Keijo é incerto. Enquanto mãe e filho aguardam pela sua próxima paragem, vamos perceber melhor este caso e ver se sabes tudo sobre estes animais surpreendentes!

Para onde vão as orcas?

Joana Soares

Editora Expressinho

Sabias que as orcas são da família dos golfinhos? Neste artigo vais ficar a conhecer factos curiosos sobre estes animais, perceber o que está a acontecer a estas duas orcas em França e porque é que é tão importante falar deste caso. No final, leva-o para a sala de aula ou fala com os teus pais e amigos!

5 factos curiosos! Sabias que as orcas...

1. Podem viver até aos 90 anos?

É verdade, têm uma esperança média de vida não muito diferente da dos humanos. E as fêmeas geralmente vivem mais do que os machos.

2. Falam a sua própria língua?

Para comunicar umas com as outras fazem assobios, guinchos e gritos. Mas, dentro de cada grupo familiar podem falar línguas diferentes.

3. Atacam baleias maiores que elas!

As orcas podem medir entre 5,5 e 9,8 metros de comprimento e pesar até 5.500 kg. A barbatana dorsal dos machos pode ter até 1,8 metros (a maior de todos os cetáceos!). E, mesmo assim, as orcas são um predador exímio e conseguem caçar baleias com mais do que o dobro de seu tamanho.

4. São facilmente identificáveis?

A parte mais fácil é identificar as manchas ovais brancas na parte dos olhos e na barriga. Mas as orcas têm barbatanas dorsais, visíveis a olho nu fora de água, por vezes com marcas e cicatrizes.

5. São predadoras mas também estão em perigo?

Há várias notícias sobre orcas que provocam barcos de pescadores, mas os barcos em movimento e o ruído debaixo de água podem interferir com a alimentação das orcas e as suas interações sociais. A pesca excessiva também contribui para que fiquem presas ou feridas. E ainda podem ficar contaminadas por produtos químicos e pesticidas que afetam a sua saúde. Descobre mais factos, aqui.

 O Caso de Wikie e Keijo

Até aos 6 anos as orcas fêmea são maiores que os machos
Sara Rosa

O Caso de Wikie e Keijo

A 5 de janeiro de 2025, o parque marinho Marineland, em França, encerrou devido à proibição de espetáculos com cetáceos. Wikie (23 anos) e Keijo (11 anos), são duas orcas que foram criadas em cativeiro, ou seja, que só conhecem a presença humana e não sabem o que é viver fora deste ambiente controlado. Por isso, seria muito difícil sobreviverem sozinhas no oceano. Então, para onde vão?

Inicialmente, havia a hipótese de serem transferidas para um aquário no Japão, mas essa proposta foi rejeitada pelo governo francês. As razões prendem-se com o facto de as leis de bem-estar animal no Japão serem muito mais relaxadas (e menos seguras). Além disso, as orcas teriam de fazer uma viagem de 13 mil quilómetros até ao Japão e mãe e filho podiam ter de ficar separados.

Outra opção era irem para o Loro Parque, nas ilhas Canárias. Mas houve manifestações contra esta hipótese, porque as orcas continuariam a ser treinadas para dar espetáculos e, nos últimos anos, houve vários registos d eorcas a morrer naquele parque.

Tem de haver alternativas melhores

A solução mais promissora parecia ser o Whale Sanctuary Project em Nova Scotia, no Canadá. Este projeto está a criar um ambiente mais natural para as orcas, para poderem viver sem terem de dar espetáculos. No entanto, o santuário ainda está em construção e só deverá estar pronto até ao final de junho de 2025. Até lá, Wikie e Keijo precisam de uma alternativa.

Por que é importante fazer esta transição?

Vamos a números

Segundo a World Animal Protection, em 2023, havia cerca de três mil golfinhos em cativeiro em todo o mundo e 35 em Portugal, em jardins zoológicos e parques marinhos.

Durante muitos anos, normalizou-se manter estes animais em cativeiro, ou seja, em espaços fechados como aquários e parques marinhos, onde são mantidos para dar espetáculos e serem estudados.

O mundo está a mudar

O habitat natural dos golfinhos e das orcas são os oceanos. Certamente, já tiveste oportunidade de os ver em liberdade em vídeos, documentários ou filmes. E também é possível fazer viagens de barco para ver golfinhos ao largo da costa ou ver cachalotes, por exemplo, nos Açores.

No dia 1 de janeiro de 2025, um grupo de golfinhos surpreendeu a população ao largo de Peniche, enquanto alguns surfistas estavam no mar. Estavam em liberdade e aproximaram-se da costa. Parece bonito, não é?

Quanto aos animais que viveram muito tempo noutras condições, é preciso avaliar cada caso e encontrar a melhor alternativa possível. O paradigma está a mudar, as leis de proteção dos animais estão a melhorar e todos podemos fazer a nossa parte para os ajudar, pressionando os governos e encontrando alternativas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: expressinho@estrelaseouricos.pt

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