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Conheça Bernardo Arévalo, o filho de peixe que era 8º nas sondagens e foi eleito Presidente da Guatemala

O Presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, com a sua futura vice-presidente, Karin Herrera. Ambos têm cravos vermelhos na mão, símbolo de resistência no país
O Presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, com a sua futura vice-presidente, Karin Herrera. Ambos têm cravos vermelhos na mão, símbolo de resistência no país
JOHAN ORDÓÑEZ/AFP/Getty Images

“A contundente vitória de Bernardo Arévalo como Presidente da Guatemala abre um horizonte de esperança” no país, afirmou ao Expresso o eurodeputado Jávi López, que acompanha o pelouro da América Latina no Parlamento Europeu. O vencedor das eleições é filho de um ex-chefe de Estado, nasceu no Uruguai (onde o pai se exilara) e promete baixar o seu próprio salário logo que tome posse… talvez com um cravo vermelho na mão

Se o ditado diz que até ao lavar dos cestos é vindima, Bernardo Arévalo, o novo Presidente eleito da Guatemala, é a prova disso. Em junho, antes da primeira volta das eleições gerais no seu país, as sondagens atribuíam-lhe o oitavo lugar na corrida presidencial. Passou à segunda volta, para grande surpresa de observadores e dos favoritos Zury Rios, Edmond Mulet e Sandra Torres, a candidata do sistema (com quem disputou a corrida final), garantindo que tanto ele como o Movimento Semilla (semente) estavam ali para vencer eleições e não sondagens.

A afirmação cumpriu-se este domingo. Arévalo foi eleito com uma margem de 21% sobre a rival Torres: 58% dos votos para Arévalo contra 37% da ex-primeira-dama, que em 2011 se divorciou do então Presidente Álvaro Colom [já falecido] para se candidatar pela primeira vez ao cargo e participou nesta corrida pela terceira vez.

Dois dias antes de ser eleito chefe de Estado, o filho do primeiro Presidente eleito pelo voto popular na Guatemala disse ao jornal “El País”: “Vamos baixar o salário presidencial, absurdo neste país. Temos um plano e uma transição de seis meses, que vai ocupar-se a criar os planos operacionais detalhados para garantir que estamos aqui para pôr as instituições a trabalhar”.

Os cravos vermelhos empunhados pelo Presidente eleito e pela vice-presidente, Karin Herrera, são um símbolo de resistência e homenagem à memória do estudante Robín Garcia, assassinado em 1977, durante um período de grande repressão no país.

A Guatemala é o país com maior área de produção de flores ornamentais na América Central. Se as rosas ocupam o primeiro lugar das exportações neste sector, os cravos vermelhos são um símbolo de resistência.

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