Apelou ao coletivo, mas está em risco de perder o mandato se a decisão do Tribunal Constitucional, conhecida esta semana, for confirmada. Foi vereador deste município entre 1998 e 2013. Desde então, ocupa o lugar de presidente. Em 22 anos de serviço público, nunca teve conhecimento de problemas de incompatibilidade na concessão de contratos públicos a familiares?
Essa questão nunca me foi levantada. É infelizmente uma arma de arremesso com que tenho levado, mas que ao mesmo tempo demonstra que se eu tivesse conhecimento dessa questão anteriormente a este processo, muito facilmente resolveria o problema. Não tive intenção [de favorecer familiares]. E precisamente por isso nunca estive atento a essas questões. Isto para mim é fundamental que seja dito. Se tivesse sido alertado, teria resolvido simplesmente o problema: não assinava.
A Strualbi foi criada em 1982. Há décadas que tem contratos com a autarquia. Porque não foi acautelada esta incompatibilidade?
A empresa era fornecedora da câmara desde os anos oitenta. O meu pai tem uma participação minoritária, nunca lá trabalhou.
… a empresa é também detida pelo seu sogro, e um tio da sua esposa [Hortense Martins, deputada do PS]…
Sim, mas refiro-me ao meu pai, que é quem aqui está em causa. Os outros não têm nada a ver. Nem um [o pai], nem os outros quatro [donos da empresa] que lá trabalham, nunca de lá tiraram provavelmente um ordenado.
Se ao longo dos anos a empresa forneceu serviços à câmara, não havia razão para tocar uma campainha a dizer: não podes assinar. Nunca sequer pensei nisso. Provavelmente a empresa foi até mais fornecedora no tempo em que o PSD era governo desta câmara. Portanto, com estas condicionantes, a empresa era naturalmente fornecedora, o meu pai nunca lá trabalhou nem tirou ordenado de lá...
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