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Presidenciais. Na liga dos outsiders, o campeão Manuel Alegre alerta pré-candidatos: “Não basta a coragem"

Manuel Alegre na campanha de 2016
Manuel Alegre na campanha de 2016
Ana Maria Baião Correia

Em 46 anos de democracia, apenas 12 candidatos entraram na corrida a Belém sem o apoio de um partido. Há quatro anos houve seis outsiders mas, para as eleições de 2021, há anúncios de reflexão, mas ainda não apareceu ninguém. “Não basta a coragem, é preciso ter indícios fortes que há uma corrente de opinião a seu favor. Que não seja apenas uma corrente mediática”, avisa Manuel Alegre, detentor da melhor marca de que há registo.

Presidenciais. Na liga dos outsiders, o campeão Manuel Alegre alerta pré-candidatos: “Não basta a coragem"

Fábio Monteiro

Jornalista

Manuel Alegre tem um número “fetiche”: 29. 758. Foi por esta curtíssima margem de votos, nas presidenciais de 2006, que o socialista não obrigou Cavaco Silva a uma segunda volta. Nunca desvinculado do PS, mas sem o apoio oficial do partido, Alegre protagonizou um fenómeno singular na política nacional: amealhou nas urnas 20,74% dos votos (1.138.297) - mais do que Mário Soares, que tinha nas costas a máquina partidária do PS -, o melhor resultado de que há registo de um candidato sem o apoio de um partido. “É preciso coragem, destemor. Sabia que tinha muito apoio, que não ia ser um flop”, diz ao Expresso.

Por comparação com outros países europeus, Portugal não tem grande tradição de outsiders nas eleições presidenciais. Desde 1976, foram apenas 12 os candidatos (11 homens e uma mulher) que, sem apoio formalizado de nenhum partido, foram a votos. O ano mais concorrido foi 2016 – com a participação de Maria de Belém (4,24%), Vitorino Silva (3,28%), Paulo Morais (2,16%), Henrique Neto (0,84%), Jorge Sequeira (0,30%) e Cândido Ferreira (0,23%). Porquê? “Não havia incumbente. A legislatura de Passos Coelho tinha corrido de forma atribulada e nem todos os socialistas estavam contentes com o que António Costa havia feito a António José Seguro”, lembra Henrique Neto.

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