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Bancos estão mais rentáveis mas procura de crédito arrefece

Bancos estão mais rentáveis mas procura de crédito arrefece

Os bancos estão a recuperar bem da crise pandémica e os principais indicadores estão em alta. A rentabilidade disparou, à boleia do aumento dos juros do crédito. Mas a concessão de crédito está a arrefecer

Bancos estão mais rentáveis mas procura de crédito arrefece

Isabel Vicente

Jornalista

Bancos estão mais rentáveis mas procura de crédito arrefece

Carlos Esteves

Jornalista infográfico

Os bancos estão a recuperar bem da crise pandémica e os principais indicadores estão em alta. A rentabilidade disparou, à boleia do aumento dos juros do crédito, depois de a escalada da inflação ter levado o Banco Central Europeu a subir os juros a partir de julho de 2022.

Mas a concessão de crédito está a arrefecer e isso, juntamente com uma subida, ainda que tímida, dos juros nos depósitos a prazo (na casa dos 2% brutos a mais de um ano), deverá reduzir a margem financeira (diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos nos depósitos).

Havendo menos volume de crédito novo as receitas com juros emagrecerão e isso irá refletir-se na margem e nos lucros. Mas este ano de 2023 os bancos irão registar bons resultados.

A rentabilidade dos capitais próprios (ROE, return on equity), que ajuda a medir a capacidade para criar retorno para o acionista e atrair capital, registou uma evolução significativa no conjunto dos bancos que operam em Portugal. A isso não é alheia a subida das taxas de juro, que durante anos foram negativas e comprimiram a receita dos bancos, com os juros dos empréstimos esmagados.

Agora o cenário inverteu-se. Como a maioria dos contratos de crédito à habitação (80%) estão indexados à Euribor e esta disparou de quase zero no início de 2022 para 4% atualmente, a receita dos bancos por esta via engordou e os lucros subiram. E como os depósitos a prazo ainda não acompanharam o movimento de subida das taxas, a rentabilidade poderá continuar a subir.

Rentabilidade era negativa em 2017 e agora é de quase 14%

A rentabilidade dos capitais próprios dos bancos em Portugal era negativa em 2017. Depois de alguma limpeza do balanço dos bancos e de alguma recuperação do crédito em incumprimento, a rentabilidade da banca melhorou, mas voltou a cair com o impacto da crise pandémica.

As cautelas e ajudas durante a crise da Covid-19, evitando que as famílias entrassem em incumprimento, fizeram com que o malparado não afetasse as contas e em 2022 a escalada dos juros também ajudou à subida dos lucros. No primeiro trimestre de 2023 o ROE da banca portuguesa estava já nos 13,9%.

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