Almada, Lisboa e Setúbal marcaram a recta final da agenda de campanha de Jerónimo de Sousa. Com casa cheia, o líder comunista aumentou a confiança num "bom resultado", que passa pela reconquista de Almada e com uma subida de votos na capital, capaz de aumentar os dois vereadores que a CDU tem, agora, em Lisboa
"Este objetivo que traçamos de vencer será alcançado", disse Jerónimo de Sousa, convicto de que Almada "vai voltar ao rumo certo" já a partir do próximo domingo. De regresso à cidade, onde esteve no passado sábado a apoiar Dores Meira, o líder comunista mostra o empenho, até à última hora, posto pela CDU na batalha eleitoral para reconquistar o maior concelho da margem Sul. Logo a seguir, a comitiva do secretário-geral do PCP seguiu para a Voz do Operário onde, perante uma sala cheia, Jerónimo voltou a deixar uma mensagem de esperança de que "por todo o País cresce o apoio à CDU". Em Lisboa, acredita, é possível "eleger mais vereadores"
Jerónimo de Sousa foi ao encontro do desfile, encabeçado pela candidata da CDU à Câmara de Almada e por todos os candidatos às Juntas de Freguesia, e entrou na 'caravana'. As palmas soaram e os gritos de "a CDU avança, com toda a confiança" ganharam força com a chegada do líder comunista para acompanhar a recta final do desfile, que seguiu até ao jardim do coreto.
Em 'count down' para o dia das eleições, a CDU queima os últimos cartuchos da campanha com tiros de rajada. Jerónimo começou o dia com a primeira arruada, na Baixa da Banheira, voltou à rua em Almada, seguiu para um comício em Lisboa e termina a noite com novo comício em Setúbal.
O tom é de ânimo às hostes, mas em Almada a hora é de apelar aos indecisos, sobretudo arrasando os quatro anos de gestão socialista, que interromperam o reinado comunista que durava desde o pós-25 de abril. As palavras para classificar o desempenho de Inês de Medeiros, que se recandidata pelo PS contra Maria das Dores Meiras, não podiam ser mais negativas. "A frouxidão de uma gestão casuística que se limitou a governar ao sabor do vento", que para além do mais foi "apática, distante e sem iniciativa" saldaram-se num "entorpecimento e retrocesso". Em contraste, Jerónimo vê na "experiência e saber" da candidata da CDU um garantia de que a reconquista da Câmara é possível. Com a campanha "ampliou-se a tomada de consciência da falta que a CDU faz no regresso de Almada ao rumo certo", disse Jerónimo de Sousa.
Os aplausos foram muitos em Almada e repetiram-se na Voz do Operário, em Lisboa. A entrada de Jerónimo de Sousa na sala que, com lotação esgotada, esperava o líder comunista, foi saudada de pé e com gritos à CDU. João Ferreira fez as honras da casa, passando a pente fino o trabalho dos vereadores da CDU na gestão lisboeta e dando bicadas às falhas "do governo da cidade nos últimos anos".
Sem referir uma só vez o nome de Fernando Medina, ou sequer o PS, o candidato da CDU à Câmara de Lisboa apresentou a lista de propostas que tem para o próximo mandato e que "levaremos adiante, independentemente dos resultados das eleições". Os avisos ficam dados, com João Ferreira a avisar os militantes que "domingo, abre-se uma oportunidade que não podemos desperdiçar" e a terminar com um "sobe, sobe CDU, voto eu e votos tu", que fez a sala rebentar em aplausos.
Jerónimo, encerrou a sessão, com um discurso cheio de otimismo. Na recta final da campanha, não é hora para menos e o líder comunista vê sinais de que "por todo o País cresce o apoio à CDU" e que, em Lisboa, "estamos a crescer e a avançar". A hipótese de "mais votos, mais mandatos e de eleger mais vereadores" foi posta em cima da mesa do comício porque "a CDU está preparada para assumir todas as responsabilidades que o povo lhe quiser dar". "Se aos dois vereadores de Lisboa, a população acrescentar mais votos, é a cidade que ficará a ganhar", garantiu Jerónimo.
O dia de campanha já ia longo, mas é para aproveitar até ao último minuto. O comício que se segue é em Setubal. Jerónimo seguiu, mas o Expresso ficou por aqui. Os limites impostos por lei assim o exigem.
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