Freguesia de Nogueira do Cravo, sete da tarde. Francisco Rodrigues dos Santos apresenta Francisco dos Santos Rodrigues, ao Expresso, o candidato da coligação da direita que faz ticket com o líder do CDS à Câmara de Oliveira do Hospital: um Francisco para o executivo, o outro para a Assembleia Municipal, têm os nomes quase iguais. “Ainda somos primos…”, responde o social-democrata. “Somos?”, pergunta o líder centrista. “A minha mãe é prima direita da tua avó, não sabias, somos parentes”. Um familygate involuntário, ali é tudo primo. Aquela aldeia é “a terra” de Chicão, ainda ali vivem os avós - inclusive o avô paterno que tem 100 anos -, os pais são naturais dali e foi onde ele viveu até aos cinco anos. O pai e o avô escutam a conversa… já lá vamos.
Neste dia longo de campanha, o líder do CDS teve uma concorrência inesperada. Numas autárquicas, para um aliado se tornar adversário basta passar mudar de concelho: enquanto Francisco Rodrigues dos Santos participava numa arruada em Coimbra a vender o candidato independente apoiado com o PSD, a 200 quilómetros Rui Rio fazia campanha em Ponte de Lima, no Minho, para tentar roubar a câmara mais emblemática e antiga dos centristas. "Eu também quero muita coisa na vida, mas não consigo”, reage Francisco Rodrigues dos Santos ao Expresso. “E o que vai acontecer ao PSD em Ponte de Lima é que não vai acontecer”, prevê o líder do CDS, quando em plena ação de rua se vê numa televisão o parceiro laranja, sem dar tréguas, a competir na mais antiga das seis câmaras dos centristas.
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