Rui Rio chega ao Parque do Arnado, no outro lado da ponte romana de Ponte de Lima, com ar descontraído, de óculos de sol Rayban presos ao pescoço por um cordão, como ditou a moda. No jardim relvado, a festa laranja estava montada para o receber e já ia avançada: porco no espeto, imperiais, o best off dos hinos do PPD/PSD a tocar nas colunas e...assim que Rui Rio pisa a relva, foguetes. Ponte de Lima é terreno fértil para sociais-democratas em legislativas mas a câmara municipal está nas mãos do CDS há 47 anos. E não se antevê uma mudança histórica. Os foguetes deitam-se, por isso, antes da festa.
Entre selfies que vai tirando com quem pede, abraços e encontrões efusivos dentro da ‘bolha’, Rui Rio pouco pára no mesmo sítio. Não tocou no porco no espeto, menos ainda na imperial. A caravana tem é de passar. Ver e ser visto é o mote da campanha autárquica do PSD, que já anda na estrada desde finais de agosto, com um plano cirúrgico de ataque: uma lista de 50 câmaras socialistas em que “tudo pode acontecer”, ora por haver divergências nas candidaturas do PS, ora por as câmaras terem sido ganhas há quatro anos por uma diferença mínima de votos. 200 votos podem fazer a diferença. “Em autárquicas o que é importante é o contacto direto com a população, e nas terras pequenas é realmente assim”, explicou Rio aos jornalistas quando questionado sobre o porquê de ter optado durante toda a campanha por andar de rua em rua, loja em loja, fugindo aos habituais comícios ou visitas institucionais. É que num comício “fala-se para os próprios”, os da bandeira laranja, e o que está em jogo aqui é conquistar os tais 200 eleitores que podem fazer a diferença.
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