Governo fez “diligências”, "contactos" e concluiu que Web Summit “tem condições para decorrer com normalidade”
António Costa e Silva sublinha peso da Web Summit para o país e está “empenhado na realização do evento”, apesar do boicote israelita
António Costa e Silva sublinha peso da Web Summit para o país e está “empenhado na realização do evento”, apesar do boicote israelita
Jornalista
O Governo ficou apreensivo com o boicote israelita e as desistências de participações na Web Summit, depois das palavras de Paddy Cosgrave, e procurou saber se havia condições para a sua realização em novembro. Dos contactos que realizou até ao momento concluiu que essa normalidade existe.
“Face aos recentes acontecimentos relacionados com a Web Summit, o ministro da Economia e do Mar encetou, na passada semana, um conjunto de diligências com os diferentes ‘stakeholders’ do evento, para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias para a edição de 2023”, indica o comunicado enviado pelo Ministério da Economia e do Mar esta terça-feira, 24 de outubro, dia em que o Jornal de Negócios tinha já revelado que o Governo estava preocupado com a situação.
Mas, para já, a equipa de António Costa e Silva está tranquila: “As informações recolhidas até ao momento, através desses contactos, dão garantias ao Governo de que a Web Summit, que se reveste de enorme importância para o País, tem condições para decorrer com normalidade”.
“Dando cumprimento ao acordo celebrado com a Web Summit, o Governo mantém-se assim empenhado na realização do evento, nesta e nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto, em particular na mobilização das ‘startups’, cujo trabalho é fundamental para dar resposta aos desafios do futuro”, assinala ainda o comunicado. O Ministério fala num “forte impacto na economia local” e no seu “papel fundamental no contexto da inovação e do desenvolvimento tecnológico do país, e na respetiva transformação digital da economia portuguesa”.
No evento agendado para os dias 13 a 16 de novembro, que o Governo sublinha ter grande importância para o país, o Ministro da Economia, Primeiro-Ministro e Presidente da República surgem como oradores. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, está igualmente na lista.
Paddy Cosgrave saiu por considerar que as suas declarações sobre a guerra entre Israel e Palestina estavam a ser uma distração para o evento (e a contribuir para a desistência de várias empresas participantes). O líder da Web Summit escrevera que, na resposta ao ataque do Hamas de 7 de outubro, estavam a ser cometidos “crimes de guerra” por Israel e que o mundo ocidental devia chamá-los como tal, apesar de serem protagonizados por um “aliado”. Chegou a pedir desculpas, mas não foi suficiente para evitar a demissão do evento de que é mentor.
O embaixador israelita anunciou o boicote, e seguiram-se várias tecnológicas multinacionais a anunciar que não participariam no evento de empreendedorismo e tecnologia: Meta, Alphabet, Amazon, IMB são os principais nomes.
A Web Summit tem vindo a referir que haverá recorde de participação por parte das startups, e desde a demissão do seu antigo líder que garante a normalidade da edição deste ano: “A Web Summit de 2023 vai decorrer em Lisboa como planeado”.
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