Paddy Cosgrave demite-se, mas garante que Web Summit de 2023 vai realizar-se em Lisboa como planeado

A Web Summit garante que vai escolher um novo líder “o mais cedo possível” e compromete-se a realizar a edição de 2023 “como planeado”
A Web Summit garante que vai escolher um novo líder “o mais cedo possível” e compromete-se a realizar a edição de 2023 “como planeado”
O líder e fundador da Web Summit acaba de anunciar oficialmente a demissão do cargo de diretor executivo. A decisão de Paddy Cosgrave surge como um volte-face em relação ao anúncio oficial, feito ainda na manhã deste sábado, de voltar a encher novamente a Feira Internacional de Lisboa (FIL) em novembro, apesar dos cancelamentos já confirmados de grandes marcas tecnológicas como Amazon, Meta, Google, Siemens e Intel.
“Demito-me como diretor-executivo da Web Summit com efeitos imediatos”, anunciou o empresário irlandês em comunicado veiculado pela Web Summit.
“Infelizmente, os meus comentários tornaram-se uma fonte de distração face ao evento, à nossa equipa, aos nossos patrocinadores, às startups e às participantes. Peço sinceramente desculpa outra vez por algum mal que tenha causado”, sublinhou Paddy Cosgrave no mesmo comunicado.
O pedido de desculpas surge, mais uma vez, depois de uma tomada de posição pública em que considerou a reação bélica do exército israelita na Faixa de Gaza face ao massacre a 7 de outubro de 1400 civis pelos terroristas do Hamas como “um crime de guerra”.
Devido a essa opinião, o Governo de Israel decidiu avançar com o boicote do evento de empreendedorismo. Google, Meta, Amazon, Intel, e Siemens, entre outras marcas, seguiram o mesmo caminho e já não vão marcar presença em Lisboa entre 13 e 16 de novembro.
Apesar destas “baixas” de peso, a assessoria de imprensa da Web Summit refere no mesmo comunicado que vai nomear um novo diretor executivo “o mais cedo possível” e deixa a promessa: “A Web Summit de 2023 vai decorrer em Lisboa como planeado”.
A tomada de posição é especialmente importante não só porque são esperados cerca de 70 mil participantes, mas também pelo facto de a Web Summit ter celebrado acordos com a Câmara Municipal de Lisboa e Governo Português, que preveem um pagamento de 11 milhões de euros anuais pela realização do evento até 2028.
Em paralelo com o evento de Lisboa, a empresa irlandesa que gere a Web Summit criou novos eventos em Toronto (com a denominação de Collision) e também no Rio de Janeiro, no Brasil e no Qatar. Estes dois últimos estão agendados para 2024. De resto, o evento do Qatar viria a ser usado como arma de arremesso pelos críticos de Cosgrave.
Ao que o Expresso apurou junto da organização do evento ainda não há qualquer decisão quanto ao novo executivo que virá a ser nomeado. Também não há dados se a saída de Cosgrave se fica apenas pelo abandono do cargo de direção, ou se terá repercussões no que toca às participações na empresa. Também não se sabe o que pretende fazer Paddy Cosgrave no futuro.
Com esta saída, a Web Summit acaba por perder o seu principal rosto e mentor, mas também perde a participação das principais marcas que ajudaram a alavancar o evento até se tornar a principal referência de inovação e políticas tecnológicas da Europa.
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