As estações Baixa-Chiado e Aeroporto do Metropolitano de Lisboa são as "mais críticas" quanto a problemas nas escadas mecânicas e elevadores, pelo que vão ser alvo de um projeto-piloto para a "resolução célere" desta situação, revelou hoje a empresa.
Este projeto-piloto pretende "estabelecer as bases que permitam a resolução célere da manutenção e operação das 22 escadas mecânicas e seis elevadores das estações Baixa-Chiado e Aeroporto" e, para seja executado, prevê-se o lançamento "ainda este ano" de um concurso público internacional, indicou o Metropolitano de Lisboa, em resposta à agência Lusa.
O anúncio deste projeto-piloto nas estações Baixa-Chiado e Aeroporto surge após o protesto da associação Fórum Cidadania Lx, que acusou o Metropolitano de Lisboa de persistir em "manter sem funcionar, semanas, meses, anos a fio, grande parte das escadas rolantes e dos elevadores", com "grave prejuízo" para os utilizadores, sobretudo os de mobilidade reduzida.
De acordo com a empresa de transporte público, a rede do Metropolitano de Lisboa integra atualmente 121 elevadores, 234 escadas mecânicas e 10 tapetes rolantes, constituindo "um dos maiores parques nacionais deste tipo".
"Estes equipamentos, de diferentes marcas, gerações tecnológicas e estágios de vida útil, são utilizados de forma intensiva cerca de 18 horas por dia. Apesar de algumas avarias poderem gerar constrangimentos, a taxa de disponibilidade global mantém-se superior a 80% (em 12 de setembro de 2025), assegurada por equipas que trabalham de forma contínua para garantir o restabelecimento do serviço", indicou.
Reconhecendo a existência de problemas, o Metropolitano justificou a situação com a antiguidade dos equipamentos, escassez de peças no mercado internacional, desgaste acumulado e "fatores externos como má utilização e atos de vandalismo", a que se juntam as dificuldades recorrentes ao nível da resposta.
"Têm-se verificado limitações na capacidade de resposta de algumas empresas responsáveis pelos serviços de assistência e manutenção quer em termos de recursos humanos e competências técnicas quer de disponibilidade de peças e equipamentos de substituição", explicou.
Perante esta situação, o Metropolitano tem adotado novos modelos de gestão contratual, incorporando tecnologias de monitorização centralizada e mecanismos de controlo mais exigentes, enquanto "continua a promover, em permanência, a procura de novas soluções" de contratação e de modelos de serviços de assistência e manutenção.
Segundo a empresa, está a ser executado "um vasto programa de modernização" das infraestruturas, destinado a assegurar maior acessibilidade e eficiência do serviço.
Desde 2018, já foram investidos 22,5 milhões de euros, no âmbito do Plano Nacional para a Promoção da Acessibilidade, que permitiram substituir 33 escadas mecânicas e instalar ou renovar 39 elevadores, e prevê-se, até 2029, a substituição de mais equipamentos, acrescentou.
"Este investimento, sem paralelo no passado recente, inclui a instalação de elevadores em estações que não dispunham desta funcionalidade, bem como a substituição de equipamentos em fim de vida útil", adiantou a empresa.
Em relação às "estações mais críticas", o Metropolitano destacou Baixa-Chiado e Aeroporto, onde prepara "um projeto-piloto de manutenção dedicada, dada a elevada afluência e complexidade operacional", indicando que, com base nas regras de contratação pública, irá estabelecer prazos máximos de fornecimento e manutenção dos equipamentos, bem como exigir a disponibilização de uma lista de peças, no caderno de encargos, que permitam melhorar os prazos de reparação.
Confrontado com o protesto da associação Fórum Cidadania Lx, que refere que as queixas dos utentes "são inúmeras", o Metropolitano de Lisboa reiterou o compromisso de envidar todos os esforços para assegurar os investimentos destinados a garantir a acessibilidade à sua rede e a operacionalidade dos acessos mecânicos nela existentes, considerando que "são um fator essencial para a inclusão, atratividade e qualidade do serviço prestado".