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“A TAP terá de crescer ou morre”, avisa Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, em entrevista ao Expresso

O ministro das Infraestruturas e da Habitação garante que o Governo “não está a fazer uma privatização encapotada de 100%” da TAP. Para já vai avançar a venda de 49,9% da empresa, mais para a frente, sem prazo definido, este governo ou outro venderão o resto, se assim o entenderem. “Com o resultado eleitoral que tivemos podíamos encurralar o Chega e o PS e decidir privatizar 100%. Mas não o fizemos”, adianta Miguel Pinto Luz

“A TAP terá de crescer ou morre”, avisa Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, em entrevista ao Expresso

Anabela Campos

Jornalista

“A TAP terá de crescer ou morre”, avisa Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, em entrevista ao Expresso

Pedro Lima

Editor-adjunto de Economia

“A TAP terá de crescer ou morre”, avisa Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, em entrevista ao Expresso

Ana Baião

Fotojornalista

“Não privatizaremos a TAP se não existirem as condições necessárias e suficientes de garantias para o Estado português de que é um bom caminho”, garante Miguel Pinto Luz, em entrevista ao Expresso, na sequência da aprovação em Conselho de Ministros do decreto-lei da privatização de 49,9% da transportadora aérea, cujos termos detalha. O Estado mantém o controlo de 50,1% e os direitos económicos, mas vai ceder a gestão aos privados, balizada por um acordo parassocial, esclarece. O governante defende ainda que a privatização é a forma de garantir que a TAP tem capacidade para investir e crescer. Reconhece ainda que não vai ser possível recuperar os 3,2 mil milhões injetados na sequência da pandemia.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação adianta que "se não aparecer a proposta capaz de cumprir estritamente aquilo que é pedido, o Estado sairá do negócio sem lugar a qualquer tipo de indemnização". Sublinha também que "se os candidatos quiserem fazer casamentos circunstanciais entre empresas da indústria e fundos, façam. Nós estamos cá para avaliar". Dos 49,9% a privatizar, 5% são reservados para os trabalhadores. Os terrenos do chamado Reduto TAP ficam fora da privatização.

Os resultados da TAP parecem revelar que a empresa está no bom caminho. É por isso normal que se pergunte nesta altura porque é que é preciso privatizar a TAP, é por obrigação, por uma questão ideológica, porque a TAP precisa mesmo de ser privatizada?

Não se trata de uma questão ideológica. Aliás, nunca foi, nunca tivemos esse tipo de preconceitos. O primeiro-ministro e eu próprio dissemos que não iríamos privatizar a TAP a todo custo. Foi sempre dito isso. Portanto, isso é razão mais do que suficiente para não se fazer essa afirmação. Quando um primeiro-ministro ou o ministro da tutela dizem: não privatizaremos se não existirem as condições necessárias e suficientes de garantias para o Estado português que isso seja um bom caminho, é claro que não o faremos. E, portanto, temos que privatizar a TAP. Porquê neste momento? Porque a TAP tem de crescer. Hoje todo o setor aeronáutico está em consolidação. A consolidação na Europa já aconteceu praticamente a 100%. Esta será a última grande aquisição na Europa que faltava. A TAP, depois do plano de reestruturação, que termina no final deste ano, terá necessariamente de crescer ou morre. E, portanto, só há uma forma de o fazer, é encontrar um parceiro. E um parceiro da indústria, que possa criar sinergias, que possa investir, porque o Estado está sem possibilidade de injetar mais capital na TAP. O Estado é um acionista que não tem capacidade de ser acionista em plenitude: se quiser fazer aumentos de capital não pode, se quiser ajudar a companhia a crescer não pode. Num mercado altamente competitivo como é o mercado aeronáutico, coloca entraves ao crescimento.

É privatizar para crescer?

A TAP precisa de crescer, precisa de manter um plano estratégico que seja também alinhado com a estratégia nacional, de captação de turismo de qualidade, de captação de investimento de qualidade, com capacidade para tornar o hub de Lisboa cada vez mais competitivo. E na lógica do novo aeroporto precisamos de uma TAP reforçada, porque quando falamos de hub - e ouvimos permanentemente toda a gente a falar de hub - , só há hub em Lisboa se existir uma TAP forte.

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