Transportes

Christine Ourmières-Widener vai para os tribunais e pede €5,9 milhões de indemnização à TAP

Christine Ourmières-Widener vai para os tribunais e pede €5,9 milhões de indemnização à TAP
ANTÓNIO COTRIM

Christine Ourmières-Widener interpõe ação diretamente contra a TAP. Despedimento chega a tribunal

Christine Ourmières-Widener vai para os tribunais e pede €5,9 milhões de indemnização à TAP

Anabela Campos

Jornalista

Christine Ourmières-Widener vai para os tribunais e pede €5,9 milhões de indemnização à TAP

Diogo Cavaleiro

Jornalista

A antiga presidente executiva da TAP, Christine Ourmièrs-Widener, pôs um processo judicial contra a TAP. A ação, noticiada inicialmente pelo Eco, deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa esta terça-feira, 5 de setembro, segundo o portal Citius.

O processo tem um valor: 5 943 196,16 euros. Ou seja, são quase 6 milhões de euros solicitados.

Não é uma surpresa, já se sabia que a antiga presidente da TAP iria litigar, só não se sabia era quando. Nem quanto. Christine Ourmières-Widener tinha já anunciado esta intenção e, após as férias judiciais, o processo entrou na justiça.

A gestora discordou do seu despedimento, decidido pelos ministros das Infraestruturas e das Finanças, João Galamba e Fernando Medina, respetivamente. E considerava ter direito a bónus pelo seu desempenho na companhia - o que o Governo negou.

Christine Ourmières-Widener foi, recorde-se, despedida por "justa causa", no início deste ano, na sequência do relatório feito pela Inspeção Geral das Finanças sobre o acordo de saída da administradora Alexandra Reis da TAP. Um relatório onde ficou claro que a Alexandra Reis tinha sido convidada a sair pela presidente e saiu com uma indemnização compensatória, quando o que foi comunicado ao mercado é que saía por razões pessoais.

A justificar a exoneração por "justa causa" esteve o facto de a IGF ter considerado ilegal o acordo de 500 mil euros que levou à saída de Alexandra Reis, em fevereiro de 2022. A IGF alegou que não tinham sido cumpridas as regras do Estatuto do Gestor Público.

Christine Ourmières-Widener saiu da liderança na TAP em abril de 2023, num momento de polémica em torno da sua gestão e da companhia, e com a Comissão Parlamentar de Inquérito em curso. Não escondeu que saía triste, sublinhando simultaneamente que deixava a empresa melhor do que a tinha encontrado, em meados de 2021. A TAP terminou o ano de 2022 com um lucro de 65,6 milhões de euros, antecipando em dois anos o previsto no plano de reestruturação.

Pouco meses depois de ter sido despedida, a 01 de julho, a gestora francesa assumiu a presidência executiva das companhias aéreas Air Caraibes e French Bee.

O contrato de Christine Ourmières-Widener previa limitações e penalidades se a gestora fosse trabalhar após a rescisão do contrato para uma lista de 15 empresas pré-definidas, concorrente da TAP e das suas rotas, 12 meses após a sua saída. Nenhuma delas é a Air Caraíbes ou French Bee.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt

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