Transportes

“Não excluo envolver-me” na privatização da TAP se achar que posso ser útil, diz Lacerda Machado

Diogo Lacerda Machado, ex-administrador da TAP, na Comissão Parlamentar de Inquérito
Diogo Lacerda Machado, ex-administrador da TAP, na Comissão Parlamentar de Inquérito
NUNO BOTELHO

Para já não está envolvido em nada, mas o ex-administrador da TAP não exclui a hipótese de se envolver na privatização da companhia se achar que pode ser útil à empresa, com “alternativas àquilo que se tem perfilado”. E aconselha o Estado a ficar com pelo menos 2%

"Não estou envolvido em nenhuma entidade interessada, tenho sido procurado por várias - e já agora não vejo nenhum conflito de interesses -, não aceitei nenhuma das abordagens. Não excluo envolver-me se achar que posso ser útil à própria TAP”, afirmou o antigo secretário de Estado da Justiça, administrador da TAP e artífice da revisão da privatização em 2017, na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.

Foi esta a resposta que deu à deputada bloquista Mariana Mortágua, quando esta o questionou sobre um eventual envolvimento no negócio.

Lacerda Machado explicou que poderá ser útil contribuindo com “algumas alternativas àquilo que se tem perfilado”. Não disse quais, mas não está completamente excluída a hipótese de haver fundos na privatização da TAP. Para já os candidatos assumidos são a IAG (Iberia/BA) e a Air Fance/KLM. Na corrida, admite-se, deverá estar também a Lufthansa.

Estado deve ficar pelo menos com 2%, aconselha

O jurista, hoje administrador da EuroAtlantc, aconselha do Estado a manter uma participação ainda que simbólica. "Eu guardaria pelo menos 2% da TAP", admitiu. E prosseguiu: "Eu conservaria uma pequena participação" para que houvesse "uma voz" que fosse que pudesse ser ouvida, procurando manter "alguma proteção do interesse de todos nós".

Reconheceu, porém, que “ninguém vai aceitar menos do que o controlo depois do que aconteceu”, referindo-se aos potenciais interessados.

Apelidando de "muito animadores" os resultados da TAP no primeiro primestres deste anos - um prejuízo de 57,4 milhões de euros, e considerando que a companhia estava "num excelente caminho”, o ex-administrador afirmou que estes irão ajudar “a suscitar o interesse sério dos interessados na privatização”.

Admitiu, porém, que a capacidade de atração da TAP pode ter mudado. “Não estou certo e seguro se agora é tão bom como em 2020, […] não estou tão certo nem seguro que aquilo que era muito bom em fevereiro de 2020, que esteve à beira de acontecer, [seja agora]”, afirmou o ex-administrador da TAP, que saiu da companhia em março de 2021, depois de ter participado em negociações com a alemã Lufthansa.

TAP “está muitíssimo bem entregue” a Luís Rodrigues

Sobre a escolha de Luís Rodrigues para presidir a TAP, em substituição de Christine Ormières-Widener, o ex-administrador da companhia tece elogios. “Acho que a TAP está muitíssimo bem entregue”, sentenciou.

“Finalmente” houve uma “escolha extraordinariamente bem feita” para dirigir a companhia, defendeu, referindo-se ao novo presidente da companhia, que veio da SATA, onde esteve também a aplicar o plano de reestruturação da transportadora açoreana.

Notícia atualizada às 22;30.

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