Manuel Beja, o ainda presidente do conselho de administração da TAP, explicou esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que os eventuais pedidos de alteração de voos comerciais do Presidente da República eram tratados pela sua assistente pessoal, e disse que não acredita que a ideia tenha saído da cabeça de Marcelo Rebelo de Sousa.
"Penso que o pedido de mudança de voo não terá saído da cabeça do Presidente da República", frisou Manuel Beja. “Ficamos surpreendidos e incrédulos de que tivesse vindo do Presidente”, referiu aos deputados.
E esclareceu que nesta matéria estava alinhado com a presidente executiva (CEO). Ou seja: "A operação da TAP em primeiro lugar. Eu e a CEO estivemos sempre alinhados nessa matéria".
"Quem tratava [de eventuais alterações] dos voos [comerciais e pessoais] do Presidente da República era a minha assistente pessoal", afirmou o ainda presidente do conselho de administração da TAP, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Manuel Beja referia-se à informação revelada pela presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, na CPI, segundo a qual recebeu um pedido especial do ex-secretário de Estado Hugo Mendes para antecipar um dia um voo entre Maputo e Lisboa, numa visita de Estado a Moçambique, para conveniência da agenda de Marcelo Rebelo de Sousa.
O pedido foi feito através de uma agência de viagens. Marcelo Rebelo de Sousa já esclareceu que não foi a seu pedido, salientando que isso seria de um enorme egoísmo.
O ainda presidente do conselho de administração da companhia explicou também aos deputados que recebia regularmente emails de diplomatas para falar sobre pedidos de rotas e esse tipo de questões. "Acho completamente legítimo".
É importante separar pedidos legítimos e ilegítimos e “este [de mudança do voo de Maputo] era claramente ilegítimo” e foi recusado, defendeu Manuel Beja. E garantiu que não tem memória de um pedido com o que foi feito que iria afetar o voo de outras 200 pessoas para Moçambique.
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