Transportes

Um pedido "claramente ilegítimo": Manuel Beja junta-se às críticas a Hugo Mendes por querer mudar voo de Marcelo na TAP

Um pedido "claramente ilegítimo": Manuel Beja junta-se às críticas a Hugo Mendes por querer mudar voo de Marcelo na TAP
ANTONIO PEDRO FERREIRA

Manuel Beja disse no Parlamento que no episódio do pedido de alteração de voo do Presidente da República estava alinhado com a presidente executiva: "a TAP primeiro". E admitiu que neste caso o pedido era ilegítimo

Manuel Beja, o ainda presidente do conselho de administração da TAP, explicou esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que os eventuais pedidos de alteração de voos comerciais do Presidente da República eram tratados pela sua assistente pessoal, e disse que não acredita que a ideia tenha saído da cabeça de Marcelo Rebelo de Sousa.

"Penso que o pedido de mudança de voo não terá saído da cabeça do Presidente da República", frisou Manuel Beja. “Ficamos surpreendidos e incrédulos de que tivesse vindo do Presidente”, referiu aos deputados.

E esclareceu que nesta matéria estava alinhado com a presidente executiva (CEO). Ou seja: "A operação da TAP em primeiro lugar. Eu e a CEO estivemos sempre alinhados nessa matéria".

"Quem tratava [de eventuais alterações] dos voos [comerciais e pessoais] do Presidente da República era a minha assistente pessoal", afirmou o ainda presidente do conselho de administração da TAP, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Manuel Beja referia-se à informação revelada pela presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, na CPI, segundo a qual recebeu um pedido especial do ex-secretário de Estado Hugo Mendes para antecipar um dia um voo entre Maputo e Lisboa, numa visita de Estado a Moçambique, para conveniência da agenda de Marcelo Rebelo de Sousa.

O pedido foi feito através de uma agência de viagens. Marcelo Rebelo de Sousa já esclareceu que não foi a seu pedido, salientando que isso seria de um enorme egoísmo.

O ainda presidente do conselho de administração da companhia explicou também aos deputados que recebia regularmente emails de diplomatas para falar sobre pedidos de rotas e esse tipo de questões. "Acho completamente legítimo".

É importante separar pedidos legítimos e ilegítimos e “este [de mudança do voo de Maputo] era claramente ilegítimo” e foi recusado, defendeu Manuel Beja. E garantiu que não tem memória de um pedido com o que foi feito que iria afetar o voo de outras 200 pessoas para Moçambique.

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