A decisão de avançar para a greve decorre do "impasse negocial do novo acordo de empresa para os Pilotos da Portugália Airlines", e foi votada na quarta-feira em Assembleia Geral Extraordinária, por uma larga maioria: 111 votos a favor, cinco contra e uma abstenção.
A greve decorrerá entre os dias 20 e 29 de março. E é uma greve parcial, nos primeiros dias e até 26 de março vai realizar-se entre as 03:00 e as 09:00, e a partir dessa data, devido à mudança de hora entre as 04:00 e as 10:00.
Apesar de terminar no dia 29 de março, o SIPLA tem mandato para fazer uma greve por tempo indeterminado, o quer dizer que poderão ser convocados mais dias.
Diretamente será afetada 25% da operação, mas o impacto será para além disso, já que haverá consequências em cadeia. A Portugália faz atualmente cerca de 30% da operação da TAP no médio curso, e em certos momentos da pandemia, quando a procura era mais baixa, chegou a fazer mais voos que a TAP.
O SIPLA avisa, em comunicado enviado aos associados, que poderá haver no futuro uma greve total. "Ficou mandatada a direção do SIPLA, na mesma Assembleia Geral Extraordinária, a endereçar às entidades competentes o pré-aviso de greve nos termos deliberado e, bem assim, se houver necessidade, a endereçar novos pré-avisos de greve, com outros dias de calendário e novas faixas horárias, ou mesmo greve total, havendo poder da direção quanto à sua convocação, desconvocação, dilatação ou contração", lê-se no comunicado a que o Expresso teve acesso.
O sindicato esclarece que a greve aplica-se a todo o território português e fora deste e não afeta os serviços necessários à segurança e manutenção de equipamento e instalações.
Com os cortes reduzidos a 20%, os pilotos da Portugália querem garantir que o próximo acordo de empresa anula os cortes aprovados no âmbito do plano de reestruturação depois de este estar concluído no final de 2024, uma meta que não têm conseguido atingir nas negociações que têm tido com a administração da TAP. A atualização da tabela salarial em linha com os valores da inflação é outra das questões que têm estado a negociar, até agora sem sucesso.
O SIPLA contesta a falta de atualização salarial, defendendo que a atual situação é incomportável. E sublinha que a massa salarial da Portugália (PGA), subsidiária da TAP SA, é hoje de 25 milhões de euros, mais um milhão do que era em 2019, apesar de a companhia ter neste momento 250 pilotos, mais 80 do que no ano que antecedeu a pandemia.
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