Trabalho

CGTP exige salário mínimo de 1000 euros e aumento de 15% para todos os trabalhadores em 2025

Tiago Oliveira, líder da CGTP, na manifestação organizada pela central no último 1º de maio
Tiago Oliveira, líder da CGTP, na manifestação organizada pela central no último 1º de maio
ANTQNIO PEDRO FERREIRA

A intersindical apresentou esta quinta-feira as prioridades da sua política reivindicativa. Na lista de exigências que a CGTP se prepara para apresentar ao Governo está a subida do salário mínimo para mil euros já em janeiro do próximo ano e um aumento salarial de pelo menos 15%, num mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores

A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN) já tinha vincado que, no quadro das negociações para o Orçamento do Estado para 2025, o seu patamar mínimo de negociações com o Governo seria a fixação do salário mínimo nos 1000 euros em 2025 e um aumento nunca inferior a 150 euros para todos os trabalhadores. Voltou a reforçá-lo esta quinta-feira à tarde, na apresentação da Política Reivindicativa para 2025, aprovada pelo Conselho Nacional da CGTP.

A central sindical reivindica "um aumento dos salários para todos os trabalhadores em pelo menos 15%, não inferior a 150 euros", com o intuito de "repor o poder de compra, permitir fixar no país aqueles que aqui querem viver e trabalhar e melhorar as condições de vida", segundo a proposta.

Para a intersindical, "o aumento geral e significativo dos salários é essencial para a dinamização da economia" e tem também "um impacto positivo na melhoria das contas da Segurança Social e acomodaria o aumento extraordinário de pensões", além de referir que é "necessário" para fazer face ao "brutal aumento do custo de vida" que se tem verificado nos "últimos dois anos".

Aumento de 40 euros é insuficiente

Já no que toca à atualização do valor do salário mínimo nacional para o próximo ano, a CGTP defende a sua fixação nos mil euros a partir de janeiro de 2025, de modo a garantir "uma vida digna". Contudo, a meta do Governo é alcançar esse valor apenas em 2028.

Recorde-se que Governo, patrões e sindicatos estiveram reunidos esta quarta-feira na Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), onde chegou a ser dado como expectável que o Governo anunciasse aos parceiros sociais a sua proposta para atualização do valor do salário mínimo nacional no próximo ano.

Na terça-feira, o jornal digital ECO, citava fontes diretamente ligadas ao processo para referir que o Executivo colocaria em cima da mesa o valor de 860 euros, mais cinco euros do que o previsto no acordo de rendimentos, e mais 40 euros do que os 820 euros atuais.

O tema do salário mínimo acabou por não ser sequer discutido e a ministra remeteu o tema para as reuniões bilaterais com os parceiros sociais que se iniciam já na próxima semana. À saída do encontro, Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, voltou a vincar a posição da intersindical e a defender os mil euros como o patamar de atualização da remuneração mínima mensal garantida no país, já em janeiro.

O secretário-geral da CGTP contestou também a hipótese de um aumento de 40 euros no salário mínimo, considerando que "aquilo que está aí a ser veiculado é uma proposta de perpetuação de baixos salários”.

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