Desemprego registado volta a descer em março para 324 mil

Número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou pelo segundo mês consecutivo, mas continua 6% acima do verificado em março do ano passado
Número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou pelo segundo mês consecutivo, mas continua 6% acima do verificado em março do ano passado
Jornalista
É a segunda descida consecutiva do desemprego registado depois de oito meses a aumentar. Em março deste ano, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego nacionais recuou 1,9% em cadeia, ou seja, face a fevereiro, para 324.616 pessoas. São menos 6.392 desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego nacionais do que em fevereiro, apontam os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Ainda assim, no terceiro mês do ano, o total de desempregados registados no país ficou 6% (+ 18.459 pessoas) acima do verificado no mesmo mês de 2023.
“Para o aumento homólogo global, contribuíram os inscritos há menos de 12 meses (19.204) nos centros de emprego, os que procuram um novo emprego (17.029) e os detentores do ensino secundário (16.365)”, explica a nota que acompanha a síntese estatística mensal do IEFP.
A desagregação dos dados a nível regional mostra que no terceiro mês do ano, o desemprego homólogo (face ao mesmo mês de 2023) aumentou em todas as regiões do país, com exceção dos Açores (-11,0%) e da Madeira (-20,3%). O aumento mais expressivo registou-se na região do Algarve, com uma subida de 14,4%. Já na comparação com o mês anterior, com exceção da Região de Lisboa e Vale do Tejo, a tendência é de redução do desemprego com a maior variação a acontecer na região do Algarve (-18,5%).
Considerando os grupos profissionais dos desempregados registados no continente em março, o IEFP destaca como os mais representativos no desemprego registado os "trabalhadores não qualificados" (27,5%), os "trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores" (20,3%), o "pessoal administrativo"(11,9%) e "especialistas das atividades intelectuais e científicas" (10,2%).
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, e considerando a desagregação por grupos profissionais, "observa-se um acréscimo no desemprego, na maioria dos grupos profissionais, com destaque para os "operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem" (+11,8%) e "trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices" (9,7%)", aponta o instituto.
O IEFP destaca ainda que no que respeita à atividade económica de origem do desemprego, “dos 282.305 desempregados que, no final do mês em análise, estavam inscritos como candidatos a novo emprego, nos Serviços de Emprego do Continente, 72,9% tinham trabalhado em atividades do sector dos “Serviços”, com destaque para as “Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (que representam 33,3%); 19,6% eram provenientes do sector “Secundário”, com particular relevo para a “Construção” (6,2%); ao sector “Agrícola” pertenciam 5,0% dos desempregados”.
No final do mês de março os centros de emprego totalizavam 12.113 ofertas de emprego por satisfazer, mais 736 (6,5%) do que em fevereiro, mas menos 4509 (-27,1%) do que em março de 2023. Ao longo deste mês inscreveram-se nos serviços de emprego 44.387 desempregados. O número é inferior em relação ao mês homólogo do ano passado (-3 738; -7,8%) e também a fevereiro deste ano (-4 011; -8,3%).
As ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês totalizaram 11.087 em todo o País, número inferior a março de 2023 (-3.656; -24,8%) e superior a fevereiro deste ano (+2 012; +22,2%). Já as colocações realizadas ao longo do mês totalizaram 8.312 em todo o país, número inferior ao verificado em igual período de 2023 (-721; -8%) e superior ao do mês anterior (+1 578; +23,4%).
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