É um aumento de 1,7% (+5349 pessoas) face ao mês anterior e de 3,5% (+10.654) na comparação com dezembro de 2022. O desemprego registado no país - medido pelo número de inscritos nos centros do IEFP - voltou a passar a barreira dos 317 mil desempregados, que não era superada desde janeiro de 2023, altura em que o país contabilizou 322.086 desempregados registados.
“Para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2022, na variação absoluta, contribuiram os inscritos há menos de 12 meses (+17.442), os detentores do ensino secundário (+14.524) e os que procuram um novo emprego (+10.412)”, explica o IEFP na nota que acompanha a síntese estatística divulgada esta segunda-feira.
A análise dos dados mostra que em dezembro de 2023, com exceção dos Açores e da Madeira - onde o número de desempregados inscritos recuou 14,8% e 24%, respetivamente -, o desemprego registado aumentou em termos homólogos, com o valor mais acentuado a verificar-se no Alentejo (+9,6%). Já a análise dos números em cadeia, ou seja, na comparação com o mês anterior (novembro de 2023), mostra que, com exceção dos Açores, a tendência é também de aumento do desemprego, com a maior variação a acontecer no Algarve, onde o número de desempregados registados subiu 18,4%.
Serviços lideram desemprego
Segundo o IEFP, considerando os grupos profissionais dos desempregados registados no continente, o desemprego atingiu sobretudo os “trabalhadores não qualificados" (27,8%), os “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (20,3%), o "pessoal administrativo" (11,5%) e, por fim, os "trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices" (10%).
Já em termos setoriais, 72,8% dos desempregados registados no continente tinham trabalhado em atividades do sector dos “serviços”, com destaque para as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (que representam 32,4%). O sector secundário representa 19,6% do desemprego registado em dezembro, com particular relevo para a “construção” (6,2%). Ao sector agrícola pertenciam 5,1% dos desempregados. “O desemprego apresenta, face ao mês homólogo de 2022, aumentos nos grandes setores económicos", nomeadamente o agrícola (+2,9%), o secundário (+6,4%) e o terciário (+4,9%), aponta o IEFP.
Em dezembro do ano passado, as ofertas de emprego por satisfazer nos centros de emprego totalizavam 10.353. O número corresponde a uma diminuição das ofertas em ficheiro na análise anual (-1078; -9,4%) e o mesmo face ao mês anterior (-2887; -21,8%). Os centros de emprego nacionais receberam ao longo do mês 8062 ofertas, mais 1276 (+18,8%) do que as registadas no mês homólogo de 2022, mas menos 1421 (15%) do que as que deram entrada em novembro do ano passado.
Já a análise ao número de novos inscritos registados ao longo do mês aponta para um aumento homólogo, ainda que ténue. Em dezembro inscreveram-se nos centros de emprego 44.082 desempregados, mais 63 pessoas do que em dezembro de 2022, mas menos 14.818 (-25,3%) do que no mês anterior, novembro de 2023.
Durante o mês de dezembro, os serviços do IEFP realizaram 5931 colocações em todo o país, número superior ao verificado em novembro de 2022 (+425; +7,7%) e inferior ao do mês anterior(-1660; -21,9%). “A análise das colocações efetuadas, por grupos de profissões (dados do Continente), mostra uma maior concentração nos ”trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores" (21,4%), nos “trabalhadores não qualificados” (21,2%) e nos "especialistas das atividades intelectuais e científicas"(13,8%)", sublinha a síntese estatística publicada pelo IEFP.