Trabalho

"Não é fácil encontrar situações compatíveis" para os ex-trabalhadores da refinaria, admite presidente da Câmara de Matosinhos

Foto: Lusa / Estela Silva
Foto: Lusa / Estela Silva

Os trabalhadores da refinaria de Matosinhos “tinham uma condição remuneratória muito favorável”, sendo difícil igualá-la, afirmou no Parlamento a presidente da Câmara de Matosinhos. Agora, alguns podem vir a começar um curso na área da ferrovia

“Não é fácil encontrar situações compatíveis no atual mercado de trabalho” a nível de remuneração para os ex-trabalhadores da refinaria da Galp, admitiu esta quarta-feira a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, em declarações na Comissão de Ambiente e Energia, no Parlamento.

A autarca lembrou que estes trabalhadores “tinham uma condição remuneratória muito favorável” e que, não se deve pedir a pessoas de cerca de 50 anos para “reformular a vida”.

Por isso, “o caminho que foi mais atrativo para aqueles trabalhadores foi a área da ferrovia, porque apresenta condições salariais próximas e o mercado precisa muito, havendo ainda a particularidade de que em Matosinhos estarão grande parte [destes trabalhadores] alocados [às fábricas de comboios]”.

Assim, a Câmara lançou, em conjunto com o IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) um curso especializado, “mas não comporta todos aqueles que foram despedidos, muitos deles já têm a sua situação regularizada, ou porque se aposentaram ou porque encontraram outra alternativa”.

Mas a autarca não se livrou das questões dos deputados, especialmente do BE, que perguntou o porquê de se demorar dois anos a iniciar um curso, quando já muitos nem têm o subsídio de desemprego, questão sobre a qual a presidente da Câmara de Matosinhos não deu nenhuma justificação concreta.

Adicionalmente, recordou Luísa Salgueiro, é necessário “pensar noutros trabalhadores que foram afetados sem serem os da Galp, microempresas que também precisam de medidas compensatórias”.

Nas declarações finais, a autarca socialista disse que estão a “encontrar alternativas” e declarou que, seja como for, os trabalhadores “não vão voltar a ter as condições que tinham”.

Agora, defendeu Luísa Salgueiro, o foco é apoiar os trabalhadores e as suas famílias; que as verbas europeias disponíveis cheguem ao seu destino; e ainda a descontaminação dos solos, uma questão que está a ser liderada pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente).

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