Em 2017, Portugal antecipou-se à Europa e adotou legislação específica para enquadrar, nas empresas públicas e nas cotadas em bolsa, a paridade de género no acesso a cargos de gestão. Desde 2018 que estas organizações têm de cumprir um limiar mínimo para o género sub-representado em cargos de liderança estratégica. Nas empresas públicas esse limiar é de 40%, nas cotadas em bolsa 33%. Seis anos após a aprovação da lei, há progressos claros, mas os números mostram que as desigualdades persistem. Talvez por isso a disparidade entre homens e mulheres no acesso ao emprego, no salário, na progressão na carreira e no acesso a posições de liderança continue a ser motivo de debate político, como o que esta sexta-feira decorre no Parlamento, por iniciativa do Bloco de Esquerda.
O Expresso analisou a realidade de 14 das 15 empresas que até ao final de 2022 estavam cotadas no índice de referência da bolsa nacional, o PSI (antigo PSI20), e concluiu que apesar de as mulheres representarem mais de metade (56%) do universo total de trabalhadores destas empresas, continuam subrepresentadas nos conselhos de administração, fosso que se agrava nas funções executivas. E mesmo baixando a fasquia para funções de direção operacional, nas 14 cotadas que o Expresso analisou só uma tem mais mulheres do que homens a exercer cargos de chefia: a Jerónimo Martins.
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