Os dados relativos ao desemprego registado, disponibilizados na semana passada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) já apontavam nessa direção. E a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), conhecida esta quarta-feira, confirma-o: em janeiro, o desemprego em Portugal terá aumentado para 7,1%%, com 374,8 mil desempregados contabilizados no final do mês. Trata-se de um agravamento de 0,3 pontos percentuais (p.p) na taxa de desemprego face a dezembro do ano passado e de 1,2 p.p face ao período homólogo, janeiro de 2022. O INE reviu também em alta a estimativa avançada no último mês para a taxa de desemprego, que ficou nos 6,8%.
Em janeiro deste ano, sinaliza a autoridade estatística nacional, a população empregada em Portugal registou um aumento de 0,5% em cadeia, isto é, face ao mês anterior, para os 4,9 milhões de pessoas, traduzindo também uma variação homóloga positiva de 0,1%. Movimento semelhante terá tido a população ativa (5,3 milhões de pessoas) que registou um aumento de 0,8% face a dezembro de 2022 e de 1,4% face a janeiro do ano passado.
A justificar este acréscimo de 74,1 mil pessoas no grupo da população ativa face ao período homólogo está, segundo o INE, o acréscimo da população desempregada (68,3 mil; 22,3%) e o acréscimo menos pronunciado da população empregada (5,8 mil; 0,1%). Em sentido inverso, a população inativa diminuiu 0,4% em cadeia e 1,8% face a janeiro do ano passado para 2,4 milhões, um movimento justificado com a “diminuição do número de outros inativos (29,3 mil; 1,3%) e do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego (21,5 mil; 15,6%)”, sinaliza o INE.
País contabiliza mais 68,3 mil desempregados do que há um ano
É a evolução da população desempregada que mais preocupa. Os dados mensais divulgados pelo INE - que são ajustados de sazonalidade - mostram que o número de desempregados em Portugal no primeiro mês de 2023 aumentou 5,5% face a dezembro e 22,3% na comparação com janeiro de 2022, para 374,8 mil. São mais 68,3 mil pessoas em situação de desemprego do que as contabilizadas há um ano. Desta conjugação de fatores resulta um novo agravamento da taxa de desemprego para 7,1%, mais 0,3 p.p e 1,2 p.p do que o registado em dezembro e janeiro de 2022, respetivamente.
A merecer destaque nos indicadores do INE está ainda o agravamento da taxa de subutilização do trabalho, que agrega não só os desempregados, mas também as pessoas que o INE classifica como inativas por não procurarem ativamente emprego ou não estarem disponíveis no imediato para aceitar um posto de trabalho. Em janeiro deste ano a taxa de subutilização do trabalho foi de 12,4%, valor que supera em 0,2 p.p. o registado no mês anterior e em 0,9 p.p. o do mês homólogo de 2022.
Nos dados hoje divulgados (que são ainda provisórios) o INE revê também em alta a taxa de desemprego estimada para dezembro de 2022 que terá ficado em 6,8% e não nos 6,7% inicialmente avançados pela autoridade estatística nacional. Contas feitas, no último mês de 2022 a taxa de desemprego nacional registou um agravamento de 0,3 pontos percentuais (p.p.) face a novembro e de 0,9 p.p. face a dezembro de 2021.
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