Os sindicatos afetos à UGT afirmam que a Parvalorem - empresa que ficou com os ativos tóxicos do BPN em 2012, quando o banco foi vendido ao agora denominado EuroBic - “insiste em congelar salários”.
Mais Sindicato, SBC e SBN referem que apesar de várias tentativas a administração da Parvalorem, liderada por Sofia Torres, “continua a recusar-se a negociar a atualização das componentes remuneratórias previstas no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)”.
Os três sindicatos sublinham que esta atitude contraria um despacho do Ministério das Finanças, e por isso já solicitaram uma reunião às Finanças, entidade que tutela a Parvalorem.
“Em todas as reuniões ocorridas com estes sindicatos para atualização da tabela e cláusulas de expressão pecuniária a administração tem reiterado a intenção de não efetuar qualquer aumento, alegando a situação de empresa em reestruturação e a necessidade de estabilização da estrutura interna”, sublinham os sindicatos em comunicado divulgado esta terça-feira.
O que não deixa de ser verdade: a empresa está em reestruturação desde que foi criada, servindo apenas para tentar recuperar dívida tóxica que o EuroBic não quis comprar e por isso ficou do lado do Estado neste veículo.
Os sindicatos insistem na melhora de condições remuneratórias, no mínimo na mesma percentagem do aumento para a função pública para 2022, que foi de 0,9%. Mas os sindicatos notam que tudo foi recusado, mantendo a “Parvalorem uma postura incompreensivelmente intransigente”.
Finanças colocam aumentos na fasquia dos 5,1% da massa salarial, sindicatos pressionam
O três sindicatos querem desbloquear a situação de impasse a que chegaram e por isso solicitaram uma reunião ao Ministério das Finanças, que tutela a Parvalorem e a Imofundos.
Os sindicatos recordam que "na sequência do Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade subscrito pelos parceiros sociais, o Ministério tutelado por Fernando Medina emitiu um despacho onde ordena às administrações das empresas públicas que procedam
a um aumento de 5,1% da massa salarial".
Nesse despacho é ainda dito que "a concretização da orientação para a política salarial deve ser definida em cada empresa ou grupo de empresas através de negociação coletiva, quando esta
exista".
Por isso, os sindicatos defendem que "não pode agora a Parvalorem escudar-se na ausência de autorização superior e desrespeitar o princípio legal da negociação coletiva, que o próprio despacho recomenda".
E insistem: "nada justifica, pois, a posição da empresa em recusar negociar a atualização das componentes remuneratórias previstas no ACT".
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