Trabalho

Sindicatos da banca acusam empresa que ficou com os ativos tóxicos do BPN de congelar salários, indo contra despacho de Fernando Medina

Sindicatos da banca acusam empresa que ficou com os ativos tóxicos do BPN de congelar salários, indo contra despacho de Fernando Medina
D.R.

Parvalorem recusa negociar subidas de salários, contrariando um despacho de Fernando Medina, que deu ordem às administrações das empresas públicas para aumentarem em 5,1% a massa salarial. Sindicatos pedem reunião à tutela

Os sindicatos afetos à UGT afirmam que a Parvalorem - empresa que ficou com os ativos tóxicos do BPN em 2012, quando o banco foi vendido ao agora denominado EuroBic - “insiste em congelar salários”.

Mais Sindicato, SBC e SBN referem que apesar de várias tentativas a administração da Parvalorem, liderada por Sofia Torres, “continua a recusar-se a negociar a atualização das componentes remuneratórias previstas no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)”.

Os três sindicatos sublinham que esta atitude contraria um despacho do Ministério das Finanças, e por isso já solicitaram uma reunião às Finanças, entidade que tutela a Parvalorem.

“Em todas as reuniões ocorridas com estes sindicatos para atualização da tabela e cláusulas de expressão pecuniária a administração tem reiterado a intenção de não efetuar qualquer aumento, alegando a situação de empresa em reestruturação e a necessidade de estabilização da estrutura interna”, sublinham os sindicatos em comunicado divulgado esta terça-feira.

O que não deixa de ser verdade: a empresa está em reestruturação desde que foi criada, servindo apenas para tentar recuperar dívida tóxica que o EuroBic não quis comprar e por isso ficou do lado do Estado neste veículo.

Os sindicatos insistem na melhora de condições remuneratórias, no mínimo na mesma percentagem do aumento para a função pública para 2022, que foi de 0,9%. Mas os sindicatos notam que tudo foi recusado, mantendo a “Parvalorem uma postura incompreensivelmente intransigente”.

Finanças colocam aumentos na fasquia dos 5,1% da massa salarial, sindicatos pressionam

O três sindicatos querem desbloquear a situação de impasse a que chegaram e por isso solicitaram uma reunião ao Ministério das Finanças, que tutela a Parvalorem e a Imofundos.

Os sindicatos recordam que "na sequência do Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade subscrito pelos parceiros sociais, o Ministério tutelado por Fernando Medina emitiu um despacho onde ordena às administrações das empresas públicas que procedam
a um aumento de 5,1% da massa salarial".

Nesse despacho é ainda dito que "a concretização da orientação para a política salarial deve ser definida em cada empresa ou grupo de empresas através de negociação coletiva, quando esta
exista".

Por isso, os sindicatos defendem que "não pode agora a Parvalorem escudar-se na ausência de autorização superior e desrespeitar o princípio legal da negociação coletiva, que o próprio despacho recomenda".

E insistem: "nada justifica, pois, a posição da empresa em recusar negociar a atualização das componentes remuneratórias previstas no ACT".

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