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Lucro do BPI cai 16% no primeiro semestre. Entrada em Bolsa do BFA prevista para setembro, avança CEO

Lucro do BPI cai 16% no primeiro semestre. Entrada em Bolsa do BFA prevista para setembro, avança CEO
TIAGO MIRANDA

Resultados diminuem com descida dos juros. Dispersão em Bolsa do angolano BFA apontada para setembro, com o banco de olho na turbulência em Luanda. CEO não quis alongar-se sobre novo governador do Banco de Portugal, mas manifestou o desejo de que se encontre “um lugar disponível” para Centeno, “uma pessoa de tanto valor”

O lucro consolidado do BPI reduziu-se em 16% para os €274 milhões no primeiro semestre, penalizado pela diminuição da margem financeira do negócio em Portugal, anunciou o banco esta quinta-feira, 31 de julho.

O ciclo de reduções nas taxas de juro de referência pelo Banco Central Europeu continuou a afectar negativamente a rendibilidade do banco: a margem financeira - a diferença entre juros pagos nos depósitos e os recebidos nos créditos - reduziu-se 10% no semestre.

O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, em conferência de imprensa, reforçou a ideia avançada em apresentações de resultados anteriores de que a margem financeira, o principal indicador de rendibilidade do banco, vai continuar a encolher. Por outro lado, as comissões líquidas, outra importante fonte de receita dos bancos, recuaram 11% para os €149,9 milhões.

Já o negócio em Portugal, que conta com os contributos de unidades estrangeiras, apresentou uma diminuição do lucro semestral na ordem dos 10% para os €241 milhões, afectado por uma contribuição negativa de €10 milhões do banco moçambicano BCI.

O contributo da instituição moçambicana, detida a 35,67% pelo BPI, foi positivo a nível de lucro - €19 milhões - e até melhorou no semestre, mas foi anulado por imparidades de €29 milhões.

O angolano BFA - que deverá ser disperso em Bolsa em setembro, avançou o presidente executivo na conferência de imprensa - melhorou em 5% o contributo para os lucros da operação em Portugal para os €43 milhões.

O crédito total aumentou 7% em termos homólogos para os €32,4 mil milhões, com destaque para o crédito à habitação, que disparou 10% para os €16,2 mil milhões. Os recursos de clientes, que agrega elementos como depósitos e créditos, cresceram 6% para os €41,9 mil milhões.

A estrutura de custos manteve-se estável, aumentando 1% em termos homólogos. O rácio de crédito malparado foi de 1,3% de todos os créditos do BPI em junho de 2025. O rácio de capital fixou-se em junho nos 17,4%, 3,5 pontos percentuais acima do mínimo exigido a nível regulatório, mas abaixo dos 17,9% de dezembro.

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