O resultado antes de impostos da sucursal do Bankinter em Portugal cresceu 18% em 2024 e ajudou a casa-mãe em Espanha a atingir um lucro recorde de 953 milhões em 2024, um aumento de 13% face a 2023
Jornalista
O grupo Bankinter registou em 2024 um resultado líquido recorde de 953 milhões de euros, mais 13% do que em 2023. Em comunicado o banco explica que isso deveu-se a "uma maior atividade comercial e diversificação do negócio".
"A margem bruta, que engloba a totalidade das receitas, cresce 9,1%, com um contributo crescente das operações de Portugal e da Irlanda", refere o banco.
Em termos consolidados, a carteira de crédito aumentou 4% e os recursos de clientes 13%, em particular, os recursos fora de balanço (fundos de investimento, pensões e gestão patrimonial), que subiram 22%. As comissões ascenderam a 917 milhões de euros, mais 12,3% do que em 2023.
O rácio de incumprimento "mantém-se nos 2,11% com uma cobertura que sobe para 68,8% devido a questões prudenciais".
A rentabilidade sobre os capitais próprios, ROE (que mede a capacidade de remunerar o acionista), subiu para 17,9%, e o rácio de eficiência melhora para 36,6%. Já o rácio de capital CET1 fully loaded "melhora igualmente neste período até aos 12,41%, ou seja, "440 pontos-base acima do mínimo exigido pelo BCE ao Bankinter para 2025, que é de 8,01%, o valor mais baixo da banca cotada em Espanha".
A operação em Portugal registou um resultado antes de impostos em 2024 de 195 milhões de euros, mais 18% do que no ano anterior. Os resultados em Portugal comparam com um resultado antes de impostos do grupo de 1360 milhões de euros. Ou seja, Portugal tem um peso de 14,3% nos resultados do grupo.
O grupo Bankinter, liderado por Gloria Ortiz, afirma ter sabido “conjugar com êxito a evolução negativa das taxas de juro registada ao longo do ano com um crescimento dos volumes de negócio, tanto em carteira de crédito como em recursos de clientes, especialmente os geridos fora de balanço, que concluem um ano histórico”. “Este crescimento rentável da atividade recorrente, aliado ao perfil de risco que se mantém em valores muito positivos e aos rácios de eficiência e rentabilidade que continuam a liderar o setor, constituem as principais variáveis de um ano muito bem-sucedido”, assinala o banco.
De acordo com o grupo, “a dinâmica para a diversificação significa que as receitas provenientes de outros países, que não Espanha, assumem cada vez maior protagonismo”, embora o negócio em Espanha continue a ser o mais representativo. “As receitas geradas pelo Bankinter Portugal e Irlanda representam já 15% da margem bruta do Grupo Bankinter”, refere a instituição financeira.
Em Espanha, a carteira de crédito alcança os 66.000 milhões de euros, com um crescimento anual de 2,4%, já os recursos de clientes somam 76.000 milhões de euros, crescendo 4% no ano. E os recursos geridos fora de balanço mais intermediação chegam aos 122.000 milhões de euros, mais 20% face a 2023.
Quanto ao negócio em Portugal, a carteira de crédito termina o ano de 2024 nos 10.000 milhões de euros, mais 8% do que há um ano. Já o total dos recursos de clientes alcança um valor semelhante, com um crescimento de 14%. "Os recursos geridos fora de balanço mais intermediação crescem 10% para os 9.000 milhões de euros", informou o Bankinter.
No que toca à operação na Irlanda o Bankinter refere que a carteira de crédito registou "um crescimento anual de 27% para 3.800 milhões de euros, que incluem uma carteira hipotecária de 2.900 milhões de euros, 31% superior à de 2023, e 1.000 milhões de euros em crédito ao consumo, mais 17%". E que a "nova produção creditícia na Irlanda em 2024 foi de 1.200 milhões de euros, mais 17% do que em 2023". O resultado antes de impostos da sucursal na Irlanda ascendeu a 41 milhões de euros, 23% superior ao valor de há um ano.
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