Confirma-se o que há muito já se sabia: o Banco de Portugal apresentou um resultado nulo em 2023, apenas marginalmente negativo (110 mil euros). Embora tenha registado perdas operacionais, a autoridade bancária conseguiu utilizar o dinheiro que tinha de lado para impedir que, em termos líquidos, houvesse prejuízos. Mesmo depois de ir a essa “gaveta”, ficou com 2,9 mil milhões de euros guardados para utilizar e evitar prejuízos nos próximos anos, esperados pelo menos até 2026.
Nada disso colocará em risco o supervisor, salvaguardou o governador, numa resposta ao ministro das Finanças, que levantara dúvidas sobre as contas.
Na apresentação dos resultados do ano passado, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, Mário Centeno rodeou-se do Conselho de Administração para defender que estas contas devem-se à política levada a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE), que se caracterizou no ano passado pela subida de juros, que visou combater a inflação elevada. E essa política tem impactos nos bancos centrais do euro e das geografias que tiveram de aumentar juros – o governador até se fez acompanhar de uma apresentação com o “panorama internacional” para mostrar que o Banco de Portugal está numa “situação similar” à dos restantes bancos centrais.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt