Lucro do Abanca no primeiro trimestre dispara para €158,4 milhões

O banco galego Abanca viu crescer em 50,6% o lucro do primeiro trimestre do ano, para 158,4 milhões de euros. Para este resultado contribuiu de novo o aumento da margem financeira
O banco galego Abanca viu crescer em 50,6% o lucro do primeiro trimestre do ano, para 158,4 milhões de euros. Para este resultado contribuiu de novo o aumento da margem financeira
Jornalista
O Abanca registou um lucro de 158,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, mais 50,6% em termos homólogos, e em comunicado o banco dá nota de que este resultado continua a ser impulsionado pelo crescimento da margem financeira (diferença entre juros pagos pelo banco nos depósitos e juros cobrados aos clientes nos créditos). “A margem financeira cresceu 49,2% em termos homólogos para 376,6 milhões de euros, enquanto as receitas de base aumentaram 36,7% para 449,4 milhões de euros”, o que foi conseguido pelo negócio de retalho.
O banco galego que comprou o EuroBic para aumentar o seu negócio em Portugal (negócio que aguarda a luz verde do BCE) afirma ainda que o crescimento do negócio se refletiu também “na captação de recursos fora do balanço”.
O banco revela que nos primeiros três meses do ano houve um aumento “das subscrições líquidas de fundos de investimento de 56,2% em comparação com o primeiro trimestre de 2023, contra uma descida de 23,9% no conjunto do sistema”. Mais: “o volume gerido em fundos de investimento ultrapassou os 8 mil milhões de euros, com uma variação homóloga de 11,6%, enquanto a gestão discricionária de carteiras ascendeu a mais de 1500 milhões de euros, após ter crescido 25% nos últimos doze meses”.
Tendo em conta os principais indicadores, o banco sublinha a melhoria do rácio de eficiência, que se fixou nos 48% (menos 3 pontos percentuais face a 2023), dando nota de que “as receitas foram essenciais para compensar os custos decorrentes da inclusão do Targobank no perímetro de consolidação e o esforço adicional desenvolvido para melhorar a remuneração do pessoal, dinamizar a atividade (novos projetos, campanha nacional de marketing, etc.) e melhorar o serviço aos clientes”. Uma aquisição que antecede agora a compra do EuroBic.
“O custo do risco manteve-se controlado, em 0,28%, com um rácio de morosidade de 2,5%, e uma cobertura para esses ativos de 71,3%”, o que pontua como positivo nas contas do banco.
E o Abanca destaca ainda como ponto forte da sua atividade financeira “o lançamento do B100, um novo banco digital centrado na saúde pessoal, na saúde do planeta e na saúde financeira”. E adianta que o B100 “opera já no segmento de mercado com produtos próprios, diferenciadores e inovadores, tais como contas normais e de poupança e cartões de débito”.
O banco galego refere na apresentação dos resultados que o seu volume de negócios ascende a mais de 124 mil milhões de euros, “contando com o negócio do EuroBic”, cuja compra foi anunciada em novembro de 2023.
No final do primeiro trimestre o Abanca tinha uma carteira de crédito avaliada em 44.554 milhões de euros, depois de um aumento de 0,9% em termos homólogos. Os destaques vão para “o aumento de 7% nos empréstimos concedidos e de 4,6% nos empréstimos ao setor privado. Os principais destinatários dos financiamentos concedidos pelo banco continuam a ser as empresas e as famílias, que, com 43% e 41%, respetivamente, representam 84% do total”.
Já os recursos de clientes aumentaram 9,7% em termos homólogos, para os 68.110 milhões de euros, “sendo especialmente relevante a subida de 5.889 milhões de euros em depósitos a prazo e produtos fora do balanço”. O banco explica que a sua estrutura de balanço nos recursos corresponde “a 78% em depósitos à ordem e a prazo e 22% em fundos fora do balanço”.
E adianta que “os depósitos de particulares aumentaram 8,8% para 53.390 milhões de euros, o que representa subidas de quota de mercado de 21 pontos-base em Espanha e de 14 pontos-base em Portugal. Em termos de depósitos, 94% são de particulares e empresas, sendo que 72% dos depósitos são inferiores a 100.000 euros.
O rácio entre os empréstimos e os depósitos é de 84,1%.
O negócio da atividade fora do balanço no Abanca manteve um ritmo de crescimento “intenso nos ativos sob gestão”, diz o banco, referindo que “os fundos fora do balanço aumentaram 13% em termos homólogos para 14.720 milhões de euros” e que “as receitas de prestação de serviços associadas a estes produtos cresceram 5%”.
O negócio segurador do banco também verificou um aumento, os prémios de seguros gerais e de vida aumentaram 10,1% em termos homólogos para 473,3 milhões de euros. “Os prémios de seguros de vida cresceram 53%, os prémios de seguros de saúde 20%, os prémios de seguros de empresas 14% e os prémios de seguros de risco de vida 11%. As receitas provenientes da prestação de serviços associados a estes produtos registaram um aumento de 13%”.
No que diz respeito à solvabilidade, o Abanca tem um rácio de capital total de 16,8% e um excesso de 429 pontos-base e 1463 milhões de euros face aos requisitos totais".
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