Sistema financeiro

Crédito ao consumo cresceu em janeiro, enquanto os depósitos das empresas tiveram a maior queda desde 2013

Crédito ao consumo cresceu em janeiro, enquanto os depósitos das empresas tiveram a maior queda desde 2013
Nuno Botelho

No primeiro mês do ano o crédito ao consumo cresceu 5,4%, a subida mais elevada desde dezembro de 2022. Crédito à habitação e às empresas derraparam. Os depósitos dos particulares subiram pela primeira vez desde fevereiro de 2023, mas os das empresas tiveram a maior queda desde 2013

Crédito ao consumo cresceu em janeiro, enquanto os depósitos das empresas tiveram a maior queda desde 2013

Isabel Vicente

Jornalista

Em janeiro, o montante de empréstimos a particulares em Portugal caiu 0,2% em termos homólogos, descendo pelo quinto mês consecutivo. E segundo os dados publicados esta terça-feira pelo Banco de Portugal a concessão de crédito à habitação caiu 1,3% face a janeiro de 2023, para 98,7 mil milhões de euros.

A queda registada no crédito à habitação foi mais acentuada em Portugal do que a média na área do euro, que caiu 0,1%.

No que toca às famílias, só mesmo o crédito ao consumo registou uma subida assinalável. Ascendeu a 21,1 mil milhões de euros, o que representou um crescimento de 5,4% face a janeiro de 2023.

Os dados do Banco de Portugal sobre depósitos e empréstimos bancários sublinham que face à evolução na área do euro a subida do crédito ao consumo foi mais elevada em Portugal do que a média europeia, que em janeiro registou um crescimento de 2,8%.

Por outro lado, o financiamento a empresas ascendia em janeiro a 72,6 mil milhões de euros, o que refletiu uma queda face a dezembro mas também face a janeiro de 2023.

Em termos homólogos, o financiamento às empresas também derrapou mais em Portugal (1,5%) do que a média na área do euro, (0,5%).

Depósitos de particulares sobem mas nas empresas caem

No final de janeiro de 2024, os depósitos de particulares na banca ascendiam a 180,5 mil milhões de euros, mais 0,7 mil milhões de euros do que em dezembro de 2023, diz o Banco de Portugal. É um crescimento que não acontecia desde fevereiro de 2023.

A esta evolução está associado o facto de os portugueses terem aproveitado para amortizar o crédito à habitação durante a escalada dos juros por parte do Banco Central Europeu.

“Os depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) aumentaram 2,8 mil milhões de euros”. Face a janeiro de 2023 cresceram 0,3%. Na área do euro a subida foi de 1%.

No que diz respeito aos depósitos das empresas verificou-se o decréscimo mais acentuado desde novembro de 2013.

“Os depósitos das empresas nos bancos residentes totalizavam, no final de janeiro, 62,6 mil milhões de euros, menos 1,5 mil milhões de euros do que em dezembro de 2023”, sublinha o Banco de Portugal. Esta evolução traduz “um decréscimo anual de 4,8%, o mais acentuado desde novembro de 2013”.

Na área do euro, a queda dos depósitos das empresas nos bancos foi de 0,3%.

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