O grupo CaixaBank, que detém o BPI, registou um lucro de 4,82 mil milhões de euros em 2023, mais 53,9% do que no ano anterior. Em 2022, o grupo tinha registado lucros de 3,15 mil milhões de euros.
Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o grupo destaca o crescimento de 28,3% da margem bruta que soma todas as receitas, a qual foi incrementada pela margem financeira (diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos), que cresceu 54%, e pelo resultado nas comissões de seguros (mais 19,6%).
Num contexto de subida de taxas de juros, o CaixaBank dá nota de que em 2023 a carteira de crédito recuou 2%, para 354,1 mil milhões de euros. Para isso contribuiu a contração dos empréstimos à habitação, embora “o crédito concedido a empresas e ao consumo” tenham registados crescimentos.
Por seu turno, os recursos dos clientes ascenderam a 630,3 mil milhões de euros no final de 2023, um aumento de 3,1% face a 2022.
O rácio de morosidade (incumprimento) manteve-se ao mesmo nível de 2022, nos 2,7%.
O presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, sublinhou em comunicado que “num ambiente de normalização das taxas de juro, capitalizámos a escala e a posição de competitividade que conquistamos com a fusão, melhorando fortemente a nossa eficiência e rentabilidade, bem como a remuneração aos nossos acionistas e, em particular, a contribuição para a Obra Social da Fundação La Caixa”.
Face a esta evolução, o banco que detém o BPI adianta que o Conselho de Administração propõe à Assembleia Geral de Acionistas “o pagamento de uma dividendo em dinheiro de 0,3919 euros brutos por ação imputado aos resultados de 2023, o que representa um payout de 60%”.
O CaixaBank tem também intenção de "realizar neste semestre um novo programa de recompra de ações, demonstrando solidez financeira".
Já o presidente do CaixaBank, José Ignacio Goirigolzarri, destacou que “no ano de 2023, o CaixaBank esteve muito próximo dos seus clientes, empresas e particulares, a financiar os seus projetos", além de ter “um modelo comercial comprometido com a inclusão financeira e que apoia os grupos mais vulneráveis".
O grupo destaca ainda o caminho de melhoria dos “índices de rentabilidade e eficiência”. O rácio de capital próprio (ROE) situa-se em 13,2% e o rácio de eficiência cai para 40,9%.
O rácio de capital mais exigente, o CET1, situou-se nos 12,4%.
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