Sistema financeiro

Caixa entregou esta terça-feira ao Estado €713 milhões, o maior dividendo de sempre

Caixa entregou esta terça-feira ao Estado €713 milhões, o maior dividendo de sempre
Rui Oliveira

O banco público liquidou esta terça-feira junto do Estado aquele que é até agora o maior dividendo de sempre pago ao seu único acionista: 712.653.429 euros. 361 milhões dizem respeito ao valor do edifício sede (distribuição em espécie) do qual a CGD passará a ser inquilina até 2026, ou, o mais tardar, meados de 2027

Caixa entregou esta terça-feira ao Estado €713 milhões, o maior dividendo de sempre

Isabel Vicente

Jornalista

O banco público liderado por Paulo Macedo finalizou esta terça-feira a entrega do maior dividendo de sempre ao Estado.

“Este valor corresponde a um pagamento em numerário, referente ao exercício de 2022, no montante de 351.650.695 euros, e à transferência para o Estado Português da propriedade do seu Edifício Sede, situada na Av. João XX, 63, em Lisboa, sob a forma de uma distribuição adicional em espécie, no valor de 361.002.734 euros”, refere a CGD em comunicado.

Esta entrega ocorre depois de cumpridas as condições legais, nomeadamente da sua aprovação em Assembleia Geral do banco público a 29 de junho e da autorização do Banco Central Europeu (BCE) enquanto supervisor do maior banco a operar em Portugal.

Esta entrega emagrece o montante a pagar pela CGD ao Estado no âmbito da sua recapitalização ficando por pagar apenas um terço do capital colocado na CGD.

O banco público especifica em comunicado que com esta entrega de quase 713 milhões de euros “ficam saldados 1.675 milhões dos 2.500 milhões de euros, ou seja, 2/3 do total investido pelo Estado Português aquando da recapitalização da Caixa em 2017”.

Paulo Macedo tem dito sempre que uma das prioridades é devolver o empréstimo aos cofres do Estado, ou seja aos contribuintes e seis anos depois estão por pagar menos de 1000 milhões de euros.

“O objetivo do Conselho de Administração é devolver a totalidade deste valor até 2025 com base nos dividendos dos exercícios de 2023 e 2024, caso não se verifiquem alterações significativas de mercado”, sublinha a gestão da CGD.

Caixa vai estar até 2026 como inquilina na Joaõ XXI

Depois de entregar ao Estado o edifício sede a CGD irá estar no mesmo, pagando uma renda ao Estado até 2026, podendo, adianta, “esta data vir a ser prorrogada até meados de 2027”.

“Neste momento, a Caixa já desocupou cerca de 32.000 m2, num processo de libertação de espaços, que se prevê gradual e em linha com as datas acima indicadas. Inicia-se assim um período de transição que terminará quando a Caixa estiver já instalada na sua futura Sede, em Lisboa”.

O banco público, em comunicado, afirma ainda que depois de distribuído o maior dividendo da sua história, “e tendo como referência os rácios de solvência de junho de 2023, a Caixa apresentava um rácio de CET 1 de 19,4% e um rácio de capital total de 19,7%”.

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