O Governo aprovou esta quinta-feira o caderno de encargos para que o banco público possa vender a participação indireta e direta que detém no capital do Banco Comercial do Atlântico. Nesta fase os candidatos que revelaram interesse e foram selecionados entregarão propostas vinculativas
Jornalista
O Governo já escolheu os investidores para participar na venda das participações sociais que a Caixa Geral de Depósitos, presidida por Paulo Macedo, tem direta e indiretamente no Banco Comercial do Atlântico, em Cabo Verde.
Segue-se a fase final do concurso na qual os candidatos terão de fazer propostas vinculativas. O anúncio foi feito esta quinta-feira em Conselho de Ministro e a operação deverá estar concluída no último trimestre do ano. É, pelo menos, essa a intenção.
Será, então, vendida a posição de 52,65% que a Caixa Geral de Depósitos detém através do banco cabo-verdiano Interatlântico e uma participação que detém diretamente de 6,7%.
Esta decisão surge depois de Paulo Macedo, presidente da Caixa ter dito na conferência de imprensa das contas semestrais, em julho, que existiam “alguns interessados”, aguardando apenas autorização do Governo para prosseguir com o processo de venda.
Recorde-se que o Banco Comercial do Atlântico (BCA) obteve um lucro recorde de 16,3 milhões de euros em 2022, o que correspondeu a um crescimento de 26% face a 2021.
O próximo passo é dado após a publicação da Resolução do Conselho de Ministros, em Diário da República, o que deve acontecer durante os próximos dias. Depois os investidores escolhidos - a CGD não diz quais são - serão convidados a “desenvolver diligências informativas, sendo-lhes dado acesso a informação adicional sobre o ativo, por forma a procederem à apresentação de propostas vinculativas de aquisição das ações durante o quatro trimestre de 2023”.
“Foi aprovada a resolução que seleciona os potenciais investidores a participar no processo de alienação das participações sociais detidas pela Caixa Geral de Depósitos no capital social do Banco Comercial do Atlântico [BCA] e que aprova o caderno de encargos que define as condições específicas aplicáveis à venda”, lê-se no comunicado do comunicado do Conselho de Ministro.
Foi em 2019 que a CGD anunciou a venda da participação no BCA, enquadrada no plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia, ficando apenas com o Banco Interatlântico em Cabo Verde.
A operação derrapou por causa da pandemia entrando agora numa das últimas fases do processo de venda.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt
