Desde 2017 que o Banco BPI está a tentar vender a participação que tem no banco em Angola, o Banco de Fomento Angola, mas até ao momento nada aconteceu. Porém, vislumbra-se, agora, uma nova alternativa: o outro acionista do banco, a Unitel, também vai alienar a sua parte. E está em cima da mesa a possibilidade de ambos venderem a sua parcela.
“Há mais uma hipótese de fazer essa redução de participação”, respondeu o presidente executivo do BPI, João Oliveira e Costa, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre, que ocorreu esta sexta-feira, 5 de maio.
Em causa está a posição de 48,1% que o BPI tem no BFA e que tem a missão de alienar desde 2017 (por pressão do Banco Central Europeu), sendo que a Unitel, que era liderada por Isabel dos Santos e agora pertence ao Estado angolano, tem a posição maioritária.
“Recentemente, o Estado Angolano anunciou a privatização de um conjunto vasto de empresas onde se encontrava a componente do BFA, que está nas mãos da Unitel. Por isso, estamos atentos a todas as oportunidades”, revelou Oliveira e Costa, assumindo estar em contacto com as autoridades angolanas, mas também com os supervisores.
A hipótese em cima da mesa é a colocação da posição da Unitel em bolsa, como tem ocorrido com outras participações privadas, sendo que, se possível, o BPI também se juntará nessa dispersão de capital. “Essa é uma hipótese. Temos todas as hipóteses em aberto. Estamos completamente disponíveis para estudar todas as soluções”, ressalvou.
O BFA contribuiu com 1 milhão de euros para os resultados do BPI do primeiro trimestre deste ano, face aos 14 milhões do ano passado. A explicação são apenas variações cambiais, segundo João Oliveira e Costa, já que não há ainda resultados – há alguns anos, tendo em conta a expetativa de venda, o BPI mudou a forma de integração das contas no BFA, e não reconhece os resultados trimestrais, contabiliza apenas quando os dividendos são entregues, o que não aconteceu até março.
Assim, o BPI, em termos consolidados, registou um crescimento dos lucros de 75% para 85 milhões de euros.
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