
Dados revelados pelo governador do Banco de Portugal dizem que a maioria das famílias portuguesas tem uma taxa de esforço muito inferior à que dá direito a renegociar o crédito. Mas a Deco aponta para situações críticas
Dados revelados pelo governador do Banco de Portugal dizem que a maioria das famílias portuguesas tem uma taxa de esforço muito inferior à que dá direito a renegociar o crédito. Mas a Deco aponta para situações críticas
O tema do crédito à habitação voltará esta terça-feira ao Parlamento, com a audição da Autoridade da Concorrência, a respeito da atuação do setor bancário nos pedidos de renegociação dos empréstimos. É um assunto que tem suscitado graus distintos de preocupação. Há seguramente quem já tenha falado com o banco e esteja a arranjar uma solução na renegociação do seu crédito, diz a banca. Há quem não consiga renegociar com o banco e há bancos que dizem aos clientes que não preenchem as condições para a renegociação, diz a associação de defesa dos consumidores Deco.
Nas estatísticas do Banco de Portugal relativas ao final de 2022, e segundo o governador Mário Centeno, ouvido na comissão de Orçamento e Finanças há uma semana, “apenas 12,3% das famílias têm taxas de esforço superiores a 36%”.
Na Deco, e para Natália Nunes, coordenadora do gabinete de proteção ao consumidor, também ouvida pela Comissão de Orçamento e Finanças há duas semanas, os números são diferentes: “a taxa de esforço média das famílias que têm vindo ter connosco [com crédito à habitação] ultrapassa os 80%” do rendimento disponível.
Dificuldades haverá para as famílias com menos rendimentos e com contratos mais recentes, mas até quando vão continuar a subir as taxas de juro ninguém sabe ao certo. Mas o que está escrito nas estrelas e na política do Banco Central Europeu (BCE) é que este ano vão subir mais.
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