A comissão executiva do BCP, liderada por Miguel Maya, decidiu “atualizar as tabelas salariais do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em 3% e aumentar o subsídio de almoço em 9,5%”, lê-se numa nota enviada pelo BCP aos seus colaboradores.
O BCP, que a 13 de março não tinha ainda descolado do patamar de 2,5% de aumento salarial, em nota enviada aos trabalhadores do banco esta quarta-feira, informa que “sem prejuízo do decurso do processo negocial com os sindicatos dos ACT do grupo, a atualização das tabelas será efetuada para todos os trabalhadores e para os reformados”.
Mais, o aumento salarial e o do subsídio de almoço terá efeitos retroativos a janeiro de 2023. Na nota interna dirigida aos colaboradores não é dito qual o valor do subsídio de refeição depois do aumento, mas o Expresso sabe que o valor passa a ser de 11,50 euros.
“A decisão agora tomada relativamente à atualização salarial não colide com, nem condiciona, o processo negocial com os sindicatos subscritores dos ACT do Grupo BCP, mantendo-se o banco empenhado em fechar esse acordo com a brevidade possível”, diz a nota interna a que o Expresso teve acesso.
O banco liderado por Miguel Maya refere ainda que “além da atualização salarial transversal agora comunicada, está a decorrer o processo anual de reconhecimento do mérito, valorização profissional e atualização salarial individual dos trabalhadores, o qual se perspetiva esteja concluído no segundo trimestre”. Ou seja, além do valor de atualização de 3% para todos os trabalhadores alguns poderão ser aumentados acima do percentual geral.
Remuneração mínima sobe
O banco informa ainda os trabalhadores que “foi decidido o aumento da remuneração mínima mensal para 1.100 euros com efeitos a março, o que representa um acréscimo de 10% face ao valor atual”. Assim como “será aumentado o valor da Bolsa de Estágio, para os estagiários profissionais, que passará para 850 euros (acrescida de subsídio de almoço)”. Os dois aumentos serão processados em março.
Na nota enviada aos trabalhadores, o banco recorda ainda que o BCP tem passado por “um período difícil”, que em 2011 determinou a necessidade de apoio dos contribuintes portugueses (já pago) mas que a sua “evolução tem sido francamente positiva na generalidade dos indicadores, com exceção para a rendibilidade, a qual se encontra ainda num patamar reduzido e inferior ao custo de capital do banco”.
O banco dá ainda nota de que “o esforço de recuperação tem sido muito suportado também pelos acionistas, aos quais na última década apenas por duas vezes foram pagos dividendos, tendo em ambas as vezes o payout sido de 10%, o que é manifestamente insuficiente”.
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