Economia

Sindicatos reclamam que BCP vá além dos 2,5% de atualização salarial

Miguel Maya, presidente do BCP.
Miguel Maya, presidente do BCP.
Tiago Miranda

Os sindicatos afetos à UGT querem que o BCP descole do aumento salarial de 2,5% que vem mantendo e voltou a insistir dia 10. Sindicatos pedem 8,5% e até 23 de março pedem “proposta mais digna”

Sindicatos reclamam que BCP vá além dos 2,5% de atualização salarial

Isabel Vicente

Jornalista

Os três sindicatos Mais, SBC e SBN afirmam em comunicado que o BCP está muito longe da proposta que estes levaram, 8,5% de aumento salarial para 2022.

O BCP parte de um percentual de 2,5% e, segundo os sindicatos não descola do mesmo, apesar dos lucros terem crescido mais de 50% em 2022.

De acordo com os três sindicatos, na reunião da passada sexta-feira, dia 10 de março - e que marcou o início do processo de revisão salarial -, o banco liderado por Miguel Maya "argumentou não ter a mesma realidade que outras instituições de crédito, nem um resultado líquido assim tão bom…", para se refugiar nos 2,5%.

As três estruturas sindicais referem que na primeira reunião o banco repetiu “infelizmente o discurso de anos anteriores" e “teve a desfaçatez de defender perante os sindicatos que tinha de ser prudente para garantir a sustentabilidade!”.

A nova reunião com o BCP está agendada para dia 23 de março.

Os sindicatos referem que o banco está a ter “um total desprezo” por aqueles que “tanto contribuíram” para a duplicação dos lucros e para isso "propõe uma esmola ao invés da merecida recompensa pelo profissionalismo e sacrifício dos trabalhadores".

Os sindicatos afetos à UGT pedem que o BCP “ reconsidere”, a proposta e que "na próxima reunião
de negociações apresente uma proposta digna".

Sindicatos querem mais do BCP e de bancos que já chegaram aos 4%

O BCP é o único dos maiores bancos que está ainda no patamar dos 2,5%. O Santander, BPI e Novo Banco já subiram os salários 4%, a CGD dis que tem uma proposta superior a 4% , mas fechará nos 4% se os sindicatos não aceitarem. Também o Crédito Agrícola já avançou para uma atualização de 4%.

Os sindicatos continuam a reunir com os bancos que por sua iniciativa já avançaram com aumentos mesmo antes das negociações terem fechado. Consideram que o valor proposto é curto para o que consideram justo devido ao aumento do custo de vida.


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