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Segurança Social

Funcionários públicos já se reformam mais tarde do que trabalhadores do privado

Funcionários públicos já se reformam mais tarde do que trabalhadores do privado
Rui Duarte Silva

Os funcionários públicos já se reformam mais tarde do que no privado. As diferenças são de poucos meses, mas sinalizam a inversão de uma tendência histórica

Durante décadas, os funcionários públicos reformaram-se (bem) mais cedo do que os trabalhadores do privado mas, nos últimos dois anos, a situação inverteu-se. Neste momento, os trabalhadores do Estado estão a sair do mercado de trabalho já com mais de 65 anos de idade, alguns meses mais tarde do que quem desconta para a Segurança Social. Maior penosidade do trabalho e recurso a reformas antecipadas após o subsídio de desemprego podem justificar as novas diferenças.

Os trabalhadores do Estado tiveram ao longo dos anos condições mais favoráveis tanto no cálculo das pensões de reforma como na idade de aposentação, podendo, em traços gerais, sair do mercado de trabalho aos 55 anos de idade e com 36 anos de descontos. De 2006 em diante, as regras entre público e privado foram sendo progressivamente uniformizadas, e em 2014, com a troika em Portugal, estugou-se o passo. Daí em diante, funcionários públicos e do sector privado passaram a ter a mesma idade legal de reforma (66 anos, na altura) e a sujeitar-se aos mesmos efeitos do avanço da esperança média de vida. Desse ano em diante, a idade da reforma entre uns e outros foi-se estreitando mais, de tal modo que até já passaram a reformar-se mais tarde.

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