Seca: Governo impõe restrições no uso da água das barragens
Apesar de apresentar a situação como controlada, o ministro do Ambiente deixa um apelo: “todos temos de estar preocupados para que consumamos a menor quantidade de água possível”
Apesar de apresentar a situação como controlada, o ministro do Ambiente deixa um apelo: “todos temos de estar preocupados para que consumamos a menor quantidade de água possível”
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, anunciou que o Governo deu ordem para que a água de cinco barragens que estão com o volume “claramente abaixo da média” não seja usada para a produção de eletricidade, e uma sexta fica impedida de usar este recurso para a rega.
Vilar/Tabuaço, Cabril, Castelo de Bode, Alto Lindoso/Touvedo e Alto Rabagão são as barragens, pertencentes à EDP, que ficam impedidas de gerar energia elétrica em função da situação de seca, que dita capacidades abaixo do normal. Esta última, tendo estado já quatro dias sob esta restrição, já recuperou o volume de 12% para 15%, indica Matos Fernandes, ao mesmo tempo que informou que foram definidas quotas mínimas do volume de água que deve estar disponível. No Algarve, a barragem da Bravura não poderá usar a sua água para rega.
O objetivo é garantir que existe água disponível para o seu uso prioritário, o consumo humano, num horizonte de dois anos “caso não caia mais uma gota de água”, algo que “nunca aconteceu”.
Tendo em conta a disponibilidade na bacia hídrica do Douro, e também o volume que se verifica no Alqueva, o Governo diz não “sentir necessidade” de tomar medidas de limitação de água genéricas para todo o país ou mais concretas para determinadas zonas, até porque apesar de se esperar um fevereiro seco, conta-se que se siga um março “normal”. No entanto, os responsáveis voltam a reunir-se no dentro de um mês para reavaliar a situação.
Apesar de apresentar a situação como controlada, o ministro deixa um apelo: “todos temos de estar preocupados para que consumamos a menor quantidade de água possível” que, relembra, “é um bem escasso” e “mesmo nos anos que correm bem, não podemos nunca fazer desperdício deste recurso”. Aponta poupanças possíveis em áreas como a agricultura, indústria, no consumo urbano (como a lavagem de ruas) e no próprio consumo humano.
(Artigo atualizado às 17:24 com a correção de que as restrições de produção de energia hídrica abrangem cinco em vez de quatro barragens, uma vez que o comunicado partilhado pelo ministério do Ambiente acrescenta a barragem do Alto Rabagão àquelas identificadas no discurso do ministro, proferido da parte da manhã)
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