Vice-primeiro-ministro russo relembra que, tal como a Alemanha decidiu travar o projeto que permite reforçar as importações de gás por um segundo gasoduto, o Nord Stream 2, a Rússia pode parar o abastecimento através do primeiro
A Rússia assinala que os preços do petróleo podem escalar para os 300 dólares por barril se o ocidente continuar a rejeitar as importações de energia russa. Ao mesmo tempo, ameaça que pode cortar o abastecimento de gás.
“É absolutamente claro que uma rejeição do petróleo russo levará a consequências catastróficas para o mercado global”, defendeu o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, citado pela CNBC. “O aumento nos preços seria imprevisível. Chegaria aos 300 dólares por barril, senão mais”.
No domingo, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, revelou que Washington está a conversar com os seus aliados na Europa para proibir a importação de petróleo da Rússia como retaliação pela guerra na Ucrânia.
No dia seguinte, o chanceler alemão, Olaf Scholz, avisou que as importações de energia fóssil da Rússia são “essenciais” para a “vida diária dos cidadãos” e que, por agora, o abastecimento do continente não pode ser garantido de outra forma. A União Europeia (UE) paga diariamente cerca de 260 milhões de euros pelas importações de petróleo russo, de acordo com um relatório publicado esta terça-feira pela organização ecologista Transport & Environment (T&E).
Em paralelo, Novak relembra que, tal como a Alemanha decidiu travar o projeto que permite reforçar as importações de gás por um segundo gasoduto, o Nord Stream 2, a Rússia pode parar o abastecimento através do primeiro, o Nord Stream 1. “Até agora, não tomámos essa decisão, mas os políticos europeus, com as suas afirmações e acusações contra a Rússia, estão a empurrar-nos nessa direção”, lançou.
O barril de referência para a Europa está em máximos desde 2008. Na madrugada desta segunda-feira ultrapassou os 139 dólares, próximo do recorde que o Brent atingiu em 2008, de 147,5 dólares por barril. O JP Morgan estima que o barril possa chegar aos 185 dólares até ao final do ano.
Por cá, segunda-feira foi dia de um “salto” histórico nos preços dos combustíveis, naquela que é a maior subida de sempre no custo da gasolina e do gasóleo em Portugal.
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