São já mais de 11 mil as ofertas de emprego disponibilizadas pelas empresas portuguesas na plataforma criada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para agregar potenciais oportunidades de trabalho para refugiados ucranianos que cheguem a Portugal, na sequência da ofensiva russa à Ucrânia. Os dados fornecidos ao Expresso pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) contabilizavam ao início da manhã desta sexta-feira um total de 11.503 vagas dispersas por todo o território nacional.
A invasão russa a território ucraniano já levou mais de um milhão de ucranianos a abandonar o país, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas. Vários países estruturaram planos de acolhimento para refugiados. Em Portugal, o Governo avançou com um plano simplificado de acolhimento que viabiliza a entrada automática destes refugiados em território nacional concedendo-lhes à chegada um número de identificação fiscal, de Segurança Social e de Utente.
Deste plano faz também parte um programa de integração profissional, no qual a plataforma criada pelo IEFP esta semana – onde os empregadores podem descarregar ofertas de emprego para refugiados ucranianos – é pilar fundamental. Desde que foi anunciada, na passada terça-feira, pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, na altura com duas mil vagas já inscritas, esta base de dados de oportunidades de emprego, que ao dia de ontem (quinta-feira) estava próxima das 8 mil vagas, totaliza ao dia de hoje 11.503 prevendo-se que continue a aumentar.
Os dados avançados pelo MTSSS ao Expresso sinalizam uma grande diversidade de ofertas e profissões, merecendo destaque alguns dos sectores onde os empregadores nacionais têm vindo a identificar dificuldades de contratação. “Os principais setores com ofertas de emprego colocadas são tecnologias de informação, transportes (motoristas), restauração e hotelaria, setor social e construção civil“, aponta fonte oficial do gabinete de Ana Mendes Godinho ao Expresso.
Além da dinamização desta plataforma, o IEFP ficará também encarregue de mapear as competências dos refugiados que venham a entrar em território nacional, com o objetivo de identificar aqueles que possam adequar-se às vagas disponibilizadas e, posteriormente, fazer a ponte entre os refugiados e as empresas.
Caso se verifique a contratação, os empregadores são elegíveis para duas medidas de apoio: o Incentivo Ativar.pt e o Compromisso Emprego Sustentável. Incentivos que garantem aos empregadores, dependendo do tipo de contrato formalizado, um apoio à contratação que pode variar entre quatro a 12 vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais, atualmente fixado em 443,20 euros, a que acresce uma majoração de pelo menos 10% por se tratrarem de refugiados.
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