Nos próximos cinco anos, a desinformação vai tornar-se mais complexa e difícil de identificar, e a Inteligência Artificial vai marcar o “ecossistema mediático” em Portugal e em Espanha. É o que conclui um relatório feito por uma equipa de investigadores portugueses e espanhóis que define “uma série de tendências para o período 2025-2030”, como explica ao Expresso Miguel Paisana, investigador no OberCom – Observatório da Comunicação.
“A verificação de desinformação e a IA são as tendências mais consensuais entre investigadores e responsáveis pelos média”, indica o estudo divulgado esta quarta-feira. Os autores preveem que a Inteligência Artificial passará a fazer parte do dia a dia dos jornalistas, facilitando tarefas como traduções, resumos ou transcrições. “A integração generalizada da IA na produção e distribuição de conteúdos transformará os paradigmas da produtividade e automação de tarefas”, lê-se.
Seja pela génese da tecnologia, seja pela velocidade a que se está a desenvolver, “a IA é um dos assuntos mais relevantes do momento”, diz Miguel Paisana. “Achávamos que a expansão das redes sociais tinha sido rápida — mesmo assim levou anos —, na IA estamos a falar de meses”. Um dos desafios passa pela forma como as redações integrarão esta tecnologia “sem que haja um sacrifício quer da qualidade do trabalho jornalístico, quer da relação de confiança com o público”, acrescenta o investigador.
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