A empresa portuguesa passou de prejuízo em 2020 para lucro em 2021, graças a um forte aumento dos ganhos na exploração e produção de petróleo. Galp vai aumentar dividendos aos acionistas em 4%
A Galp Energia encerrou 2021 com um resultado líquido ajustado de 457 milhões de euros, que compara com o prejuízo de 42 milhões de euros alcançado no ano anterior, informou a petrolífera em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O resultado líquido contabilístico do grupo, no entanto, foi bem menor, ficando em 4 milhões de euros, ainda assim com uma melhoria substancial na comparação com o prejuízo (em base IFRS) de 551 milhões de euros de 2020.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) numa base ajustada (que a Galp usa para expurgar os resultados do efeito de reposição de stocks, muito sensível à volatilidade do preço do petróleo) ascendeu a 2,32 mil milhões de euros, mais 48% que em 2020.
Para este crescimento contribuíram sobretudo os ganhos do upstream (exploração e produção de petróleo), que dispararam 82%, para 2,02 mil milhões de euros. A divisão comercial teve uma queda de 12% do EBITDA ajustado, para 288 milhões de euros, a área industrial (em que se inclui a refinação) viu o EBITDA cair 43%, para 64 milhões de euros, ao passo que o ainda incipiente negócio de renováveis teve um EBITDA negativo de 13 milhões de euros (38% pior do que em 2020).
A dívida líquida da Galp aumentou 14%, para 2,36 mil milhões de euros, mas o rácio de endividamento melhorou, caindo de 1,5 vezes o EBITDA em 2020 para um múltiplo de 1,1 em 2021.
O conselho de administração da Galp decidiu propor aos acionistas uma atualização em alta dos dividendos, subindo este ano para 52 cêntimos por ação a remuneração acionista, mais 4% do que o dividendo atualmente em vigor (50 cêntimos).
Se aprovado em assembleia geral, este dividendo terá um pagamento inicial de 26 cêntimos em setembro deste ano e montante igual já em 2023.
É intenção da administração liderada por Andy Brown continuar nos anos seguintes a aumentar os dividendos aos acionistas a um ritmo de 4% ao ano, podendo haver remunerações adicionais caso o grupo consiga múltiplos de endividamento abaixo de 1 (ou seja, caso feche o ano com uma dívida líquida inferior ao seu EBITDA).
Essas remunerações adicionais ocorrerão não com mais dividendos mas sim com planos de recompras de ações. No imediato a Galp avançará com um pagamento de 150 milhões de euros em recompra de ações dos investidores que desejem vender os seus títulos à própria empresa.
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